O julgamento do processo Operação Epicentro ficou marcado hoje, dia 10, por uma deslocação do tribunal a uma residência sita em Campim, a pedido da defesa de um dos arguidos. O objectivo, como apurou o Mindelinsite, foi saber se as informações constantes nos autos coincidiam com a referida casa, uma das residências alvo de busca da Polícia Judiciária durante a operação. Para garantir a segurança dos envolvidos, a PN mobilizou um forte aparato policial.
A entrada no imóvel de dois pisos e meio só aconteceu após um serralheiro abrir a porta, que estava soldada. De regresso à sala de audiência, a juiza-presidente fez uma discrição pormenorizada das informações apuradas no terreno. Dentre vários detalhes, revelou que foram vistas inscrições nas paredes, nomeadamente o nome do arguido conhecido por Cedjom e siglas como KB Facção, Tug, Black-X, BBH… A magistrada relatou para a acta que a palavra Facção foi encontrada em dois segmentos da casa. Além disso, estava escrita numa parede uma frase do famoso livro “A arte da guerra”, que diz o seguinte: “Se conheceres o inimigo e a si mesmo não precisas temer o resultado de 100 batalhas…”
Na casa-de-banho, entretanto, foi encontrada uma sanita quebrada, que parecia conter vestígios suspeitos de serem estupefaciente. Parte do produto foi recolhida pela juiza-presidente e entregue a um inspector da Judiciária para efeito de análise laboratorial urgente. Entretanto, a defesa chegou a exigir a realização no local de um teste-rápido, o que não aconteceu por falta de reagentes. Após uma troca de argumentos entre advogados dos arguidos e a juíza na sala de audiência, ficou determinado que a PJ fará uma outra deslocação à referida casa, onde irá realizar um teste-rápido na presença de um representante da defesa dos arguidos.
A segunda parte da audiência de hoje, dia 10, foi preenchida com a audição de mais testemunhas. No período da manhã foram interrogados apenas 3 homens, todos eles consumidores de estupefacientes e que chegaram a comprar produtos numa “quebrada” em Campim. Dois deles foram inclusivamente surpresos pela Operação Epicentro quando estavam dentro de um desses espaços.
Do rol de testemunhas, mais de 50 já deram depoimento. Há pessoas arroladas que irão depor por video-conferência por residirem fora da ilha de S. Vicente.