A Inspeção-Geral da Administração Interna portuguesa confirmou esta sexta-feira, 07 de março, a suspensão de funções e a abertura de um processo disciplinar contra o agente suspeito do homicídio de Odair Moniz, baleado no concelho da Amadora.
“O processo de inquérito foi concluído no dia 27 de fevereiro de 2025, com determinação de abertura de processo disciplinar ao agente da PSP por despacho da ministra da Administração Interna, acolhendo proposta da IGAI”, refere a instituição, indicando que, no âmbito do processo disciplinar, foi determinada a suspensão preventiva do agente”, que está de baixa.
A IGAI esclarece sobre os dados ou consequências do processo disciplinar que este tipo de casos “tem natureza secreta”. Lembra que, em fevereiro, o Ministério Público já havia acusado de homicídio o agente envolvido na morte de Odair Moniz no bairro da Cova da Moura (Amadora), distrito de Lisboa.
O advogado Ricardo Vieira confirmou que foi deduzida acusação por um crime de homicídio contra o seu cliente e disse que está a ponderar se vai requerer a abertura de instrução, fase facultativa que visa decidir por um juiz de instrução criminal se o processo segue e em que moldes para julgamento.
O cabo-verdiano Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, distrito de Lisboa, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
Na altura, a PSP explicou que o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”. Esta versão foi no entanto contrariada por outras autoridades judiciais.
Ao longo de uma semana registaram-se tumultos no Zambujal e noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos e outros tantos suspeitos identificados.
C/Sábado.pt