Incêndio já consumiu mais de 70 hectares do perímetro florestal da Serra da Malagueta

O incêndio de grandes proporções deflagrado na manhã de sábado numa zona de difícil acesso ao perímetro da Serra da Malagueta já consumiu mais de 70 hectares de floresta e causou nove mortes, um técnico do perímetro e oito militares, estes num acidente rodoviário quando se dirigiam para o local para combater o fogo. As áreas mais afectadas são as de silvo-pastoril e de amortecimento do Parque Natural, conforme informações do Ministro da Agricultura e Ambiente. 

“Abrange parcialmente os municípios de Santa Catarina de Santiago e do Tarrafal, tendo em conta que o Parque Natural de Serra da Malagueta transfronteiriço”, frisou Gilberto Silva à RCV, realçando que se trata de um incêndio do tipo superficial, ou seja, ardeu essencialmente a camada herbácea.

“Estamos a falar de palha que foi alargando as chamas e, em alguns lugares, carrapatos. Mas foi um incêndio que não atingiu as árvores. Ou seja, não subiu até as copas, por isso consideramos que seja de menor gravidade do ponto de vista ambiental. Mas não deixa de ser sério por sua dimensão”, detalha. 

Gilberto Silva alerta, no entanto, que a real dimensão deste incêndio que lavra há três dias só pode ser conhecida através de um relatório técnico da área ardida. Silva aproveita, no entanto, para lançar um apelo aos agricultores, no sentido de evitarem as queimadas, sobretudo neste período do ano. “Estas queimadas causam prejuízos avultados, não só a natureza, como também a pessoas. Isto porque o pasto queimado é prejuízo para os criadores de gado”, enfatiza.  

Relativamente aos criadores que perderam os seus animais, o ministro da Agricultura afirma que ainda não existe um relatório definitivo, mas sabe que alguns currais foram afectados e animais morreram. “As pessoas ficam muito afectadas por actos desta natureza. Quando se queima palha, tudo fica em risco.”

Exactamente por isso, Silva pede aos agricultores para evitarem os fogos, sob pena perigarem as suas vidas, o ambiente, as infraestruturas e a própria economia. 

Foto: Arnaldo Andrade (Facebook)

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