O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública pede solução às progressões e promoções de carreira dos funcionários da Universidade de Cabo Verde até final deste mês, caso contrário, em Março entrega um pré-aviso de greve nacional. O atraso de 10 anos na actualização salarial leva o secretário permanente do Sintap, em São Vicente, Eduardo Fortes, a afirmar que há falta de vontade na resolução dos problemas do pessoal docente e não docente da Uni-cv.
Desde 2009 que não houve o reajuste salarial aos funcionários e a alternativa, segundo o sindicalista, tem de passar pelo desbloqueio das carreiras desses profissionais. “No nosso ponto de vista, se houver um desbloqueio nas reclassificações, nas promoções e progressões, o valor ultrapassa os 2% ou 3 % de aumento salarial”, sublinha.
Ao mesmo tempo que congratula com o acordo entre o Governo e a universidade para resolver o problema das reclassificações, afirma que fica a faltar as progressões e promoções pelo, caso não houver soluções concretas, em Março o Sintap irá entregar um pré-aviso de greve.
Em outubro, esclarece que o Sintap esteve em negociações com a Uni-cv. Na altura, diz, a universidade pública colocou vários outros problemas que a limita, nomeadamente as propinas devidas tanto pelos alunos como pelas Câmaras Municipais, e também o facto do Governo, ao longo dos anos, tem vindo a diminuir a contrapartida orçamental para com a universidade pública. Situação essa que o sindicato espera que seja revista.
“A Un-cv não tem meios para andar com os próprios pés e se não tiver apoio do governo, dificilmente conseguirá resolver os objetivos que é do ensino de qualidade”, reconhece, dizendo esperar que não sejam os funcionários as vítimas da situação das dívidas de terceiros para com a universidade.
Perante a “a falta de vontade” da instituição em resolver os pendentes com os funcionários, o sindicato diz que reuniu com trabalhadores e decidiram que, se até final deste mês se a situação se mantiver, em Março será entregue um pré-aviso de greve. “Se há sinais para reclassificações, também há de aparecer sinais para progressões e promoções, porque é preciso estimular os trabalhadores para que haja aumento de produtividade, mais empenho, mais dedicação.” acrescenta o secretário.
Um dos funcionários que trabalha na universidade há mais de trinta anos, esteve presente na conferência de hoje e garantiu que está com a carreira estagnada. “Há funcionários novos que entram e progridem na carreira, mas nós que estamos há mais tempo na instituição a trabalhar, ficamos só a assistir”, afirma o trabalhador Manuel Fortes.
Refira-se que Sintap reuniu apenas com os funcionários não docentes, uma vez que os decentes se encontram de férias. Pretende, no entanto, em inícios de Março, encontrar-se com os restantes trabalhadores para que o pré-aviso de greve abrange a todos.
Sidneia Newton (Estagiária)