Governo decide deixar os artesãos no Quintal das Artes e procurar outro espaço provisório para colocar as peixeiras

O Governo de Cabo Verde decidiu avançar com a identificação de um novo espaço de assentamento provisório para as peixeiras de S. Vicente, com o apoio da Câmara Municipal de S.Vicente. Por outras palavras, estas profissionais já não serão colocadas no Quintal das Artes.

A decisão surgiu no seguimento de uma reunião realizada no âmbito do processo de reconstrução do Mercado de Peixe do Mindelo e após auscultar os artesãos que utilizam o Quintal das Artes. Em nota, o Executivo assume, afinal, que a coabitação entre pescado e artesanato não seria a solução mais apropriada, como, aliás, os artesãos têm vindo a alertar faz tempo e com alarido.

“Desta forma, os artesãos permanecerão a desenvolver as suas atividades no Quintal das Artes, enquanto o Governo e a Câmara Municipal de São Vicente trabalham em conjunto na definição de um novo local destinado especificamente ao setor do pescado, até a conclusão das obras e da reorganização definitiva do Mercado de Peixe de São Vicente”, afirma o Governo em comunicado enviado à imprensa.

A medida, diz a nota, reafirma o compromisso do Governo e da autarquia com a melhoria das condições de trabalho e de higiene dos espaços públicos, a valorização das atividades económicas e culturais locais e a promoção de um ambiente urbano mais organizado, funcional e inclusivo para todos os cidadãos.

Esta informação parece colocar termo a um braço-de-ferro entre os artesãos do Quintal das Artes e a CMSV, que negaram inclusivamente abrir os portões do espaço para impedir o início das obras do reassentamento das peixeiras. Uma posição que levou a edilidade a acionar a Polícia Nacional e a Polícia Municipal, mas que não dissuadiu os membros da Associação dos Artesãos do Quintal das Artes.

Estes mantiveram a sua luta, cientes de que seria uma péssima ideia permitir a venda de pescado no local a par da actividade artística que desenvolvem no espaço. Alegaram que essa medida iria prejudicar os seus trabalhos e colocar em risco a saúde pública, argumento que terá encontrado eco junto do Governo.

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