Guardas e funcionários do serviço de limpeza da Comunidade Terapêutica da Ribeira d’Vinha ainda não receberam nenhum salário desde fevereiro, mês em que o serviço entrou em funcionamento. A situação está a afectar a vida desses profissionais, que não conseguem cumprir os compromissos normais e não têm ainda nenhuma previsão de quando será resolvida.
Em conversa com Mindelinsite mostram-se preocupados e ao mesmo tempo com medo de sofrerem represálias por terem tomado a iniciativa de relatarem o caso a este jornal. A única fonte que aceitou dar a cara foi Ron Santos, que decidiu abandonar o serviço após ficar dois meses sem receber o vencimento. “Eu resolvi sair e disse aos meus colegas que eles é que estavam a permitir que essa situação continuasse. Que deveriam ter a coragem de paralisar o trabalho”, conta essa fonte, acrescentando que sempre houve atraso no pagamento dos salários. Relata que, quando ainda era o Centro de Terapia Ocupacional, os funcionários costumavam ficar dois a três meses à espera, recebendo a conta-gotas.
Esta informação foi confirmada por outros dois funcionários, que têm estado a trabalhar quase sem motivação. Dizem entender a opinião de Ron Santos, mas admitem ser muito arriscado tomarem a decisão de paralisar o trabalho e correrem o risco de perder o emprego.
O director da instituição reconhece que o caso é embaraçoso, mas assegura que o Ministério da Saúde e a Direção-Geral do Planeamento estão empenhados em regularizar o salário o quanto antes. “O pessoal sabe que estamos a trabalhar nisso afincadamente”, frisa Celso Monteiro, que entrou em contacto com o Ministério da Saúde após ser abordado pelo Mindelinsite e ficou a saber que a situação está para ser resolvida. Porém, o MS nega avançar uma data do pagamento por receio de surgir algum constrangimento pelo meio e falhar.
Celso Monteiro mostra-se solidário com os funcionários porque, como diz, têm de suprir as suas necessidades. Assegura que tinha uma data prevista para solucionar o atraso no pagamento dos salários, mas tal não foi possível. Apesar disso, diz, o centro tem estado a funcionar, dando atenção a 14 pacientes com dependência do uso do álcool e outras drogas.