Frente única de sindicatos anuncia greve nacional de professores para os dias 22 e 23 de novembro 

Três sindicatos que representam a classe docente – Sindprof, Sindep e Siprofis – e o grupo responsável pela manifestação de 18 de outubro uniram-se para realizar uma greve nacional dos professores nos dias 22 e 23 do corrente. O pré-aviso já foi entregue à Direcção-Geral do Trabalho e ao Ministério da Educação, este último que, de acordo com o Secretário Regional do Sindep, “deu o dito pelo não dito” e empurrou o “compromisso” de resolver as pendências para 2024. 

Na sequência da manifestação nacional de professores, o Sindep reuniu-se no dia 06 de novembro com os demais sindicatos e o Grupo que esteve à frente da manifestação e decidiram formar uma “frente unida” para protagonizar a greve nacional dos docentes, marcada para 22 e 23 deste mês. O objectivo que norteou este encontro, segundo documentos divulgados na página de Facebook do Sindicato Nacional de Professores, é fazer com que a classe docente nacional seja respeitada, valorizada e dignificada.

“Os sindicatos decidiram intensificar a sua resistência. E São Vicente também está nesta luta. Será uma greve nacional, com duração de dois dias. Já estamos no terreno a mobilizar os professores. Passamos por várias escolas. Esperamos uma boa adesão a esta greve”, reforçou Nelson Cardoso. 

Relativamente a manifestação nacional qu foi agendada para o dia 4 do corrente, entretanto suspensa, este dirigente explica que o Sindep decidiu escutar os professores – reuniram-se três vezes no mês de outubro com docentes todas as escolas – e ficou acordado que a greve seria agora mais oportuna. “Os docentes alegaram que tinham participado da manifestação de 18 de outubro. Então optamos por suspender a manifestação e promover uma luta conjunta, envolvendo os demais sindicatos.”

Os primeiros passos no sentido de formar esta frente única foram dados nos primeiros dias deste mês e o resultado foi “muito positivo”. “Esperamos uma boa adesão dos docentes à greve porque foram eles que pediram. Os sindicatos fizeram o seu papel, que foi concertar e chegar a um entendimento para uma luta conjunta, com os três sindicatos e o grupo que organizou a manifestação em São Vicente. Acreditamos que os professores vão aderir em massa.”

Questionado sobre possíveis impactos da manifestação, Cardoso afirma que sempre se consegue alguma coisa e, no caso, logo a seguir o Sindep foi chamado e houve entendimentos. Infelizmente, diz, ficou decidido que algumas pendências só vão ser resolvidas em 2024. “O compromisso do ministro da Educação, do vice Primeiro-ministro e do Chefe do Governo, era que seriam resolvidos até finais de 2023. Agora resolveram empurrar este compromisso para o próximo ano. Também nas negociações de 26 de outubro ficou assente que não haverá reajuste salarial. Daí a decisão de partir para greve.”

No dia 2 de outubro, por altura da apresentação do Orçamento do Estado para 2024, o VPM anunciou que este prevê mais de 100 mil contos para regularizar algumas situações de desnivelamento e de disfunções ao nível das carreiras. Segundo Olavo Correia, o montante será utilizado ainda para rever os estatutos que regem o trabalho e para eliminar todas as pendências da classe. Promessas que, tendo em conta a decisão de partir para a greve, não encontraram eco no seio da classe docente. 

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