Familiares dizem que morte de adolescente à facada em S. Vicente foi premeditada

Os familiares de Admilson José Júnior, mais conhecido por “Duca” – assassinado na passada sexta-feira com uma facada na barriga supostamente pelo jovem identificado como “Piqnin” – afirmam que a morte do adolescente foi premeditada. Segundo a tia Ineida dos Santos Dias, há algum tempo que o agressor vinha tentando intimidar a vítima, inclusive horas antes tentou atropelá-lo e, ao ser questionado por Duca, afirmou com todas as letras que iria matá-lo.  

Apesar de não ter testemunhado a agressão, Ineida Santos Dias garante que a facada mortal desferida ao sobrinho foi o cumprimento de uma ameaça que vinha de há muito tempo. “No dia da tragédia, o agressor esteve a circular de moto por horas na zona de Passarão, onde Admilson permanecia a maior parte do tempo por ser a zona de residência do avô. Era uma forma de o tentar intimidar”, declara a tia da vítima.

Infelizmente, prossegue, o adolescente preferiu não informar a família das ameaças que vinha sofrendo. “Como era uma pessoa sossegada, ficou no seu canto. Mais tarde, Piqnin chegou de moto, acompanhado da namorada. Os dois tiveram uma pequena discussão e este foi embora. Entretanto, por pouco não atropelou o meu sobrinho, que o questionou. A resposta de Piqnin era que não iria apenas atropela-lo, mas sim matá-lo”, afirma.

Ao que parece, o jovem terá cumprido a sua promessa porque, segundo Ineida dos Santos, voltou logo de seguida, munido de uma faca que foi buscar em casa, e atacou Duca cara-a-cara. “O meu sobrinho desatou a correr, sendo perseguido por Piqnin de moto. Uma menina que estava com alguns jovens no mesmo local é que deu o alerta de que Duca tinha sido esfaqueado. Foi tudo muito rápido”, desabafou, acrescentando que Piqnin só parou com a intervenção de um tio da vítima.

“Foi meu irmão que obrigou o jovem a parar a perseguição. Nesta altura, o meu sobrinho já estava caído numa outra rua”, pontuou Ineida. Questionado se havia alguma rixa entre os dois, esta é taxativa. “Os dois não tinham nenhuma rixa. Piqnin teve problemas com meu irmão havia algum tempo. Desde então tentava intimidar meu sobrinho. E os colegas sabiam. Infelizmente, vieram nos contar somente depois da tragédia”, lamenta.

Este relato deita por terra a tese anterior de que o homicida teria confundido a vítima com o irmão de Admilson José, com quem tem um diferendo. O corpo de Admilson José, de 16 anos, será autopsiado esta segunda-feira. Só depois será entregue aos familiares para ser sepultado.

Perante esta nova versão dos factos, o Mindelinsite promete acompanhar o desenrolar deste caso e tentar ouvir a defesa do presumível autor do crime.

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