A Escola Portuguesa do Mindelo conseguiu a primeira posição no concurso “Conta-nos uma História”, com uma narrativa inspirada num conto tradicional de Santo Antão. Trata-se da adaptação da lenda de Onine, a menina por quem o Sol se apaixonou.
Com a participação de alunos do quarto ano, esta instituição de ensino, que decidiu entrar pela primeira vez nesse evento organizado pelo ministério da Educação de Portugal, “fez história” como a primeira escola fora deste país a conseguir arrebatar este prémio.
O conto venceu na categoria audio, foi todo escrito e narrado em inglês nesta 11ª edição do certame, ligado mais à área literária, que estimula crianças do pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico a contarem histórias. As 136 apresentações submetidas nas modalidades de áudio e vídeo foram apreciadas por um júri constituído por elementos da Direção-geral da Educação, do gabinete da rede de bibliotecas escolares, do plano nacional de leitura de Portugal, da Microsoft, associação portuguesa de professores de inglês e presidida por uma professora da universidade de Coimbra.
O responsável pela EPM, Filipe Soares, acredita que esta distinção é importante para Cabo Verde e para a comunidade e mais ainda para esta escola que tem por princípios a “multiculturalidade”. “Uma escola portuguesa, que vence um concurso em áudio, em inglês, com um conto tradicional da ilha de Santo Antão é uma afirmação daquilo que queremos para o nosso projeto educativo”, assegura.
Desta forma, orgulho é o sentimento que reina no seio da comunidade, porque, além de ficarem surpresos com a distinção, a participação foi uma forma de acrescentar mais um conteúdo disciplinar anual.
Na Escola Portuguesa do Mindelo, as crianças aprendem o inglês desde o primeiro ano, daí a desenvoltura dos alunos do quarto ano com esta língua estrangeira. Ainda participaram dois professores – Ana Camões, coordenadora da área do inglês, e Vamar Martins, responsável pela parte sonora da apresentação. Para a escolha desse conto, a instituição ainda envolveu os pais.
Para um ano que Soares diz ter sido tão difícil, esta foi “a melhor forma” de terminá-lo e acrescenta que a escola “não pretende ser um gueto de Portugal”. “Usamos e defendemos a língua portuguesa, e não só, como foi visto no concurso, para chegar a um desenvolvimento pedagógico dos alunos”, enfatiza.