Degradação do relvado do campo de Madeiralzim leva clube Madeirense e escola Domingos Bomber a marcar manifestação para o Dia da Criança

Além do piso do campo, os organizadores querem ver resolvido o problema da iluminação pública, recuperada a praça Manel Ratim e que sejam ouvidos em tomadas de decisões sobre a localidade.

O estado de degradação do relvado do campo de futebol do Madeiralzim levou o Madeirense Futebol Clube e a escola de iniciação desportiva Domingos Bomber a mobilizar os respectivos atletas, crianças e adultos, para uma manifestação no dia 1 de junho. A escolha do Dia da Criança foi feita para salientar o impacto das lesões que os jogadores dos escalões de formação têm sofrido, o que, segundo Hélder Dias, pode colocar em causa os seus futuros. No entanto, diz, as mazelas – como tendinites, lesões nos joelhos e na coluna vertebral e entorses do tornozelo – têm estado a afectar atletas de todas as idades, sendo ele próprio uma das vítimas.

Actualmente, perto de uma centena de atletas, metade dos quais crianças dos escalões sub-10 a sub-15, costumam fazer os treinos nesse campo. Além disso, o espaço é usado pela equipa feminina do Madeirense e os veteranos. Isto sem contar com elementos da comunidade.

O estado do piso, segundo o presidente da referida associação, foi criticado desde a sua instalação pela Câmara de S. Vicente, em 2015. Hélder Dias explica que o relvado foi retirado do estádio Adérito Sena a mando da FIFA, onde foi usado por 10 anos, e reinstalado em Madeiralzim. A relva sintética, que já estava desgastada, foi colocada, entretanto, num terreno que, segundo essa fonte, apresentava alguns buracos feitos por cães. “Como é terra compactada, não aguentou muito tempo e afectou a relva”, comenta Dias.

O piso foi colocado em 2015 e, segundo Dias, a CMSV garantiu na altura que era uma solução provisória, ou seja, seria substituído mais tarde por um novo. Só que, diz a citada fonte, passados 10 anos, o relvado atingiu um preocupante nível de degradação, o que tem provocado lesões nos jogadores.

O assunto já foi apresentado ao presidente da Câmara de S. Vicente tanto em sessões da assembleia como num encontro directo entre Hélder Dias e Augusto Neves. Segundo o responsável do clube Madeirense, foi informado por Neves que o vereador José Carlos iria assumir essa questão. “Cheguei a conversar com José Carlos sobre a matéria, ele ficou de me dizer algo, mas, em vez disso, deixou de atender as minhas chamadas”, revela Hélder Dias, lembrando que durante a campanha eleitoral foi garantido à população de Madeiralzim que o piso seria trocado.

Outras preocupações

O estado do relvado é, no entanto, uma das reclamações da comunidade. Outros motivos ligados à convocatória da manifestação prendem-se com a falta de iluminação pública – que tem facilitado o cometimento de roubos em residências, assaltos e agressões – e o estado “lastimável” da pracinha Manel Ratim.

Em suma, os organizadores do protesto afirmam que Madeiralzim é hoje uma zona abandonada por quem tem o dever de promover o desenvolvimento local. Este quadro, dizem, está prejudicando seriamente o desenvolvimento da localidade.

Como forma de minimizar os impactos da ausência de “políticas assertivas”, os moradores querem passar a ser ouvidos e envolvidos nas decisões sobre a localidade e que sejam criados programas de recuperação e manutenção dos equipamentos sociais. E ficou claro que as iniciativas serão acordadas entre o Madeirense Futebol Clube e a escola de formação desportiva Domingos Bomber.

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