A EPEC pediu a Polícia Judiciária para investigar as causas de uma “série de ocorrências anormais” verificadas na central eléctrica do Palmarejo, na ilha de Santiago. Estes casos, enfatiza em comunicado, têm sido verificadas desde o início de setembro, complicando o fornecimento de energia aos consumidores da Capital, que têm estado inconformados com os sucessivos e demorados cortes.
“A referida participação tem como objetivo permitir que as autoridades competentes procedam à avaliação e investigação de todos os indícios existentes, de forma a esclarecer a origem e natureza dos incidentes e apurar eventuais responsabilidades, caso se venham a confirmar situações irregulares ou criminais”, esclarece. A solicitação, acrescenta a EPEC, foi tomada no espírito de “total transparência”, proteção dos trabalhadores e do interesse público e responsabilidade institucional.
Entretanto, a empresa diz manter confiança na Direção de Produção Sul, que, na visão da EPEC, tem atuado de forma “profissional e empenhada” na resolução das avarias registadas. A administração sublinha que as investigações em curso não devem ser motivo de especulação ou alarme no seio da sua equipa, sendo conduzidas com o único propósito de esclarecer os factos e reforçar a confiança no funcionamento da empresa.
A crise energética verificada na cidade da Praia levou igualmente o PAICV a propor uma investigação parlamentar sobre os sucessivos apagões. Segundo Clóvis Silva, o partido vai usar todos os instrumentos parlamentares possíveis para levar à discussão do assunto e exigir as respostas que os cabo-verdianos merecem. Conforme o líder parlamentar do PAICV, já ninguém aguenta esse “sofrimento” por um bem tão essencial. Assegurou, deste modo, que essa força política vai solicitar à Assembleia Nacional a abertura de uma investigação parlamentar para apurar as causas e responsabilidades por esta crise “que tem mergulhado a ilha no escuro e paralisado a vida económica e social”.
Para Clóvis Silva, o Governo deve explicações ao país e exigiu a apresentação do plano de manutenção da EPEC. Acrescentou que o partido quer ainda saber se a empresa enfrenta problemas de tesouraria. Lembrou, entretanto, que a crise está a afectar profundamente as pequenas e médias empresas, que, nas suas palavras, estão desesperadas.