O casal Delmira Sousa e Paulo Veiga vai apresentar hoje uma reclamação à CV Interilhas devido a uma situação inusitada ocorrida com uma das suas viaturas que embarcaram no navio Dona Tututa em S. Vicente com destino ao Porto da Praia. O carro era para ser entregue no passado fim-de-semana aos donos na Cidade da Praia, mas acontece que ficou retido no barco e trazido de volta para o Porto Grande do Mindelo. As informações sobre o incidente foram prestadas pelo casal após ser contactado pelo Mindelinsite com base numa denúncia chegada a este jornal electrónico.
Este facto aconteceu, conforme Delmira Sousa e Paulo Veiga relataram ao Mindelinsite, porque a chave eletrónica do automóvel caiu ao mar quando o navio chegou ao Porto da Praia. Entretanto, em vez de a tripulação aguardar por uma cópia, o navio foi carregado com o carro posicionado no fundo do porão.
“Recebi um telefonema quando estava numa visita de círculo em S. Domingos a informar-me que a chave caiu ao mar e perguntaram-me se tinha uma cópia. Telefonei de imediato à minha esposa e disse-lhe que iriam buscar a chave suplente para retirarem a viatura”, conta Paulo Veiga, deputado e actual líder parlamentar do MpD. Acrescenta que, passadas duas horas após a chegada do navio, ele e a esposa ficaram a saber que o barco foi carregado e que carro seria levado de volta para o Porto Grande do Mindelo.
Para o casal, alguém não teve paciência para esperar alguns minutos até a chegada da cópia da chave e tomou uma decisão de ânimo leve, sem respeitar os seus direitos de clientes da CVI. “Conversei com um funcionário que alegou que o barco estava carregado, pelo que seria muito trabalhoso voltarem a retirar as cargas e libertar o carro. Para mim isto é inadmissível. Eu não fiz o frete para o carro ficar a dar voltas no mar de um lado para outro. Por isso decidimos formalizar uma reclamação por escrito”, frisa Paulo Veiga, acentuando que o seguro da viatura cessou quando o barco chegou à ilha de Santiago. Em princípio, o carro deve regressar à Cidade da Praia na terça-feira, mas Veiga já deixou claro que só aceita recebe-lo depois de analisar o seu estado – saber se não apanhou nenhuma pancada – e que seja feita uma análise do funcionamento da chave pela empresa Toyota.
“Uma chave dessas custa entre 50 a 80 contos, ou seja, é mais cara que o frete dos dois carros, que foi mais ou menos 30 mil escudos. É evidente que, se a chave estiver danificada, quero ser ressarcido”, vai dizendo. Na sua perspectiva, alguém decidiu errado e a empresa CVI vai ter que resolver isso internamente.
Aliás, consta que os tripulantes do navio Dona Tututa ficaram receosos das consequências desse incidente. Inicialmente correu a informação de que Paulo Veiga exigiu que o barco fosse descarregado e o seu carro retirado, o que ele negou. Entretanto, fonte extraoficial esclareceu a posteriori que essa ordem foi dada, afinal, por Jorge Maurício, enquanto responsável da CVI. Só que, dizem as nossas fontes, os tripulantes não cumpriram essa medida e receiam agora as consequências. Na posse destas informações, o Mindelinsite tentou entrar em contacto com Jorge Maurício para ouvir a versão da CVI, na qualidade de armadora do navio Dona Tututa, mas sem sucesso.
Para minimizar os impactos desse incidente, a transportadora marítima disponibilizou uma viatura ao casal. Até hoje, no entanto, ninguém explicou como a chave foi parar ao mar. Sabe-se, entretanto, que foi recuperada por um mergulhador. O casal duvida se está a funcionar, pois entende que, se assim fosse, o carro seria retirado no Porto da Praia.