Marcelina Fortes publicou um desabafo no Facebook literalmente a acusar o hospital Baptista de Sousa de negligência na morte da sua mãe, a conhecida activista cultural e empresária Lily Freitas. No post, Cely, como é conhecida, começa por dizer que, após ir ao Facebook manifestar o seu descontentamento, recebeu finalmente um relatório sobre o internamento da mãe, com uma listagem de remédios. Isto, diz, depois de o HBS passar dias a “diambular e a compor a história”. “É claro, minha gente, que no relatório não vem descrito os 3 primeiros dias de negligência médica a que a minha mãe foi exposta no covidário”, afirma.
Segundo Cely Freitas, é público em S. Vicente e arredores que Dona Lily era transplantada renal. Assegura que, devido a isso, a primeira coisa que fizeram ao levar a mãe para o hospital foi entregar a listagem de remédios dos rins que ela tomava diariamente. Porém, diz, isso foi ignorado pelo HBS, “por incompetência ou mesmo por falta de diálogo entre colegas”.
“Agora sabemos – porque não somos médicos -, mas eles deviam saber, tinham o dever de saber, que teria que ser suspenso um dos remédios dos rins que não deixaria que o antibiótico fizesse efeito”, relata Cely Freitas. Esta filha da malograda presidente do grupo carnavalesco Vindos do Oriente acrescenta que foram 3 preciosos dias que levaram à piora da sua mãe – “visto que o coronavírus da Covid-19 evolui rapidamente” – porque os médicos não agiram da forma correcta.
Passados esses 3 dias, prossegue, a família foi chamada ao HBS por dois médicos do covidário e pedida para rezar, “porque já tinham feito tudo o que estava ao alcance deles”.
“Numa das visitas ao hospital disseram à minha irmã que achavam que os remédios dos rins não estavam a deixar que o tratamento fizesse efeito. A minha irmã, que não é médica, sugeriu então que suspendessem os remédios por 24 ou mesmo 48 horas para verem os resultados. Mas, como nem eles sabiam se deviam fazê-lo ou não, contactámos uma das médicas nefrologistas da nossa mãe em Portugal, que nos disse o que fazer e corremos para o hospital de novo”, descreve.
Segundo Cely Freitas, a partir desse instante a médica em PT entrou no caso, juntamente com outra nefrologista do HBS que, apesar de não ser do covidário, tentava ajudar, “mesmo encontrando alguma resistência”. Este comportamento ocorreu, segundo Freitas, porque os médicos do hospital de S. Vicente são pouco humildes.
O certo, diz, é que Dona Lily teve melhoras dos pulmões e foi desintubada. “Achamos que tínhamos salvo a nossa mãe”, confessa, para de seguida concluir: “Mas não, cometeram mais uma vez erros habituais na extubação. (pensam que não sabemos, mas sabemos sim)”, frisa Cely Freitas.
A família, prossegue no seu desabafo, foi informada que as 48 horas após a extubação eram cruciais. Passado esse tempo, e com Dona Lily ainda viva, ficaram mais confiantes. “Perguntávamos e diziam que ela estava estável, estável, estável…”, conta, acrescentando que, para ela, uma pessoa estável é aquela que está a ter melhoras no seu estado de saúde.
A verdade, realça Cely Freitas, é que Dona Lily nunca acordou, acabando por falecer na madrugada do dia 22 de janeiro. “Mentiram-nos o tempo todo porque sabiam que de lá ela não sairia viva porque todas as merdas deles já tinham sido feitas. R, para piorar, não tinham os remédios necessários para salvar uma vida”, afirma. Cely Freitas afirma no seu post que não lhes deram nem hipótese de fazerem algo para salvarem a mãe. E termina com um aviso: “cuidado com esse hospital!”
O Mindelinsite conta ouvir a reação do HBS sobre este assunto.