A Região Tour Entretenimento, grupo criado recentemente e constituído por Carlos “Cau d´CV Telecom” Fortes, o empresário Fonseca e Santos, o engenheiro Ney Spencer e advogado Nilton “Tocha” Sousa e que pretende levar, nos dias 04 a 7 de Julho, uma caravana à São Nicolau divulgou esta terça-feira, à imprensa, o leque de actividades que pretende desenvolver durante a sua estada nesta ilha. O destaque vai para dois mini-festivais com a participação de um leque diversifica de artistas de São Vicente e São Nicolau, um no Seminário da Ribeira Brava e outro na Praia de Tedja no Tarrafal, feiras de saúde, e ainda actividades desportivas e de cariz social.
Cau Fortes, um dos dinamizadores deste projecto, explica que o que se pretende é criar uma dinâmica diferente entre São Vicente, Santo Antão e São Nicolau, no âmbito cultural, desportivo, recreativo e social e uma maior interacção nesta região. “É neste sentido que vamos levar uma caravana de 300 pessoas, incluindo instituições de saúde, caso por exemplo da Liga contra o Câncer, a Delegacia de Saúde, a Associação de Diabéticos e o LaboJovem. Temos ainda uma parceria com a Emprofac para, juntos, realizarmos duas feiras de saúde na ilha, uma na Ribeira Brava e outra no Tarrafal”, informa.
A nível cultural, a organização preparou desfiles de carnaval nas duas cidades, com presença de foliões de São Vicente e de São Nicolau. Integra ainda a caravana uma representação dos mandingas. “Vamos levar 10 mandingas, representantes todos os grupos de São Vicente. Temos um grupo de professores que vai interagir com os seus pares locais. Vamos levar equipas de andebol, masculino e feminino, que vão disputar um torneio. Também vamos realizar um torneio inter-ilhas, com a participação de três equipas de Santo Antão (Bord d´Fer, MAnek Jei e Veteranos do Paul) e dois de São Vicente (Ponta d´Pom e Castilhamos)”, elenca Cau.
Do programa de actividades constam ainda as modalidades de desporto de praia e motorizados. Aliás, fazem parte desta caravana duas dezenas de motoqueiros da ilha de São Vicente, que vão realizar um intercâmbio com a “Moto Stancha”. Os mini-festivais vão acontecer no Seminário da Ribeira Brava e na Praia de Tedja e contam com a participação de um leque de artistas, entre os quais Anísio Rodrigues, Vlu, Gai, Paulo Bloc, para além dos grupos de dança Salsa com Sabor, Dança Tradicional de São Nicolau e do Projecto Carnaval de São Nicolau, que esteve no Atlantic Music Expo.
“Estes grupos vão, paralelamente, animar workshops de dança tradicional, de salsa e do carnaval. Também vamos estar na abertura do Torneio Inter-ilhas, no dia 05 de Julho no estádio Di Deus, Dia da Independência e que coincide com o 11º aniversário da morte do meu pai, que era de S. Nicolau. Teremos ainda uma festa de rabecada com Egídio e banda. Em suma, com este programa estamos a promover o desporto, a cultura, a saúde e o social. Em relação à este último, vamos pintar a Escola da Ribeira Prata, uma das vítimas do furação Fred que passou por Cabo Verde em 2015”, refere.
Logística complexa
A logística para acolher 300 pessoas, assume Cau, é complexa e demandou parcerias com as Câmaras Municipais, Forças Armadas e o envolvimento da sociedade civil. “Neste momento já está tudo pronto. Na Ribeira Brava um restaurante vai responsabilizar pela alimentação, sendo que parte dos custos serão suportados pela autarquia. Fizemos uma proposta similar à CM do Tarrafal. Nesta cidade fechamos acordo com uma pastelaria. As pessoas vão ficar alojadas nas escolas. Pedimos a algumas pessoas do desporto e do carnaval para apadrinhar os visitantes, sobretudo as mulheres, tendo em conta que as escolas não oferecem as melhores condições para a higiene e outros. É uma logística difícil, mas acreditamos que tudo vai dar certo.”
Para debelar alguns constrangimentos, Cau explica que a organização decidiu cobrar um preço simbólico para os mini-festivais – os bilhetes em pré-venda custam 500 escudos e na porta 700 escudos nos dois primeiros dias. No segundo dia, domingo, o preço baixa para 200 escudos. O excedente será canalizado para instituições de cariz sociais. “Não estamos a fazer uma actividade pensando em lucro. Aliás, para se ter uma ideia, a Liga contra o Câncer já fez cerca de 210 exames de citologias gratuitas. Nas duas feiras que pretendemos realizar vamos levar especialistas esperamos fazer uma acção ainda maior. Para se ter uma ideia, estamos a levar mais técnicos de saúde do que o número de pessoas que trabalham na delegacia de Saúde”, destaca.
O “Região Tour” foi criado em Fevereiro de 2019 com o propósito de dinamizar esta região. É constituído por pessoas de São Nicolau e de Santo Antão residentes em São Vicente, mas também por locais inconformados com o “status quo”. Conta também com alguns apoios de peso, caso por exemplo da cardiologista Adilma Soares, que está a desenvolver um projecto de reabilitação da Escola da Ribeira Prata. E a ideia é expandir.
Neste sentido, em Outubro, pretende realizar uma actividade similar em Santo Antão e, no próximo ano, uma de maior dimensão em São Vicente.
Constânça de Pina