Bombeiros marcam manifestação e greve devido a incumprimento da CMSV de acordo assinado em sede da DGT

Os Bombeiros de São Vicente agendaram uma manifestação silenciosa para o dia 8 de fevereiro, seguida de greve com início no dia seguinte, 9, e término previsto para 14 do mesmo mês, devido ao incumprimento por parte da Câmara Municipal do acordo assinado em sede da Direção-Geral do Trabalho. Antes, esta sexta-feira, as partes voltam a reunir-se na DGT, mas o delegado do Siacsa avisa que só vão suspender as suas ações de luta após o cumprimento na integra do acordo. “Não vamos aceitar mais promessas, que não são cumpridas”, diz Heidi Ganeto.

Em conferência de imprensa proferida esta quarta-feira em São Vicente, o coordenador do Siacsa informou que estão por cumprir três pontos do acordo, que deveriam ser implementados no decorrer do mês de janeiro. São eles o fornecimento de uma refeição quente aos bombeiros do turno das zero às 8 horas da manhã – sendo que o Estatuto da corporação prevê que, a partir de seis horas de trabalho, estes têm direito a uma refeição. Outro ponto são as viaturas que nunca são inspeccionadas e que, sistematicamente, sofrem avarias durante as emergências e precisam ser rebocadas. 

Em conversa com a CMSV ficou assente que as viaturas iriam ser inspeccionadas na ITAC, mas até agora nada. Igualmente ficou acordado que a partir deste mês o subsídio de risco iria aumentar de cinco para oito mil escudos mensais. Infelizmente, o vencimento já foi liquidado e a CMSV manteve o subsídio no montante de cinco mil escudos”, detalha Heidi Ganeto, que lamenta estar-se perante uma Câmara que não cumpre com as suas responsabilidades para com os funcionários e, o mais grave, não respeita os acordos assinados e com datas para serem cumpridas. “Pedimos respeito por parte do vereador da Proteção Civil e do Presidente para com os bombeiros.”

São estas as razões que justificam a manifestação e a greve. Questionado se o acordo não estava pendente da entrada em funções da nova directora de recursos humanos da CMSV, este dirigente sindical afirma que, no caso, apenas as promoções é que ficam por implementar. “Ficou acordado que as promoções serão atribuídas após a posse da nova director dos RH. Mas, neste momento, estão a reivindicar os pontos que deviam ser implementados em janeiro. Enviamos uma nota a pedir esclarecimentos à CMSV esta segunda-feira e, infelizmente, uma vez mais não tivemos qualquer resposta. Pelo que não nos resta outra alternativa. Trata-se de uma clara falta de respeito à classe.”

Inconformado com estes incumprimentos, Heidi Ganeto afirma que esta greve só será levantada mediante o pagamento total do valor do subsídio de risco, a inspeção das viaturas dos bombeiros e do fornecimento da refeição. “Não vamos aceitar qualquer outro acordo. Ou os pontos acordados são implementados ou vamos continuar em greve e a CMSV arca com as consequências. O Siacsa reuniu-se com os bombeiros e estes estão claramente desmotivados devido a má vontade por parte da Câmara. Em boa-fé aceitamos suspender a greve em dezembro, mas preferiram nos passar uma rasteira.”

Para o coordenador local do Siacsa já não dá para acreditar nas boas intenções da Câmara Municipal de São Vicente, lembrando que estas reivindicações vêm de há muito tempo e a situação dos bombeiros vai se deteriorando cada vez mais. A prova disso é que, diz, de dezembro para janeiro, o número de bombeiros efectivos baixou de seis para cinco. Por outro lado, o ambiente laboral também está cada vez mais complicado devido aos sucessivos incumprimentos por parte da edilidade mindelense.  

Sair da versão mobile