A Associação de Guias de Portugal, formada por 12 meninas em visita a Cabo Verde pela primeira vez, promove uma série de atividades em prol da juventude, entre elas um workshop na Organização das Mulheres de Cabo Verde. O grupo, que se encontra no país desde 21 de agosto até 5 de setembro, irá desenvolver iniciativas envolvendo várias associações e atividades por São Vicente e Santo Antão.
No último final de semana, o grupo esteve a acampar na ilha de Santo Antão, atividade já corriqueira na vida destes jovens. “Normalmente fazemos acampamentos em Portugal todos os anos e o que fizemos foi trazer o acampamento para Santo Antão, com alguns jovens da comunidade. Trabalhamos com a Morabi, estivemos com os Irmão Unidos, estamos agora com a OMCV e aqui temos sessões de formação, cujo objetivo é a partilha de experiências”, garante Eduarda Oliveira, a coordenadora.
As sessões foram preparadas pelas jovens escoteiras e o intuito é de crescerem com a experiência. “A Associação de Guias de Portugal é uma associação de cariz escutista que tem como objetivo de desenvolver plenamente a rapariga e a mulher enquanto cidadã universal e este ano viemos a Cabo Verde com o intuito essencialmente de trabalhar as competências humana e cívicas das raparigas. Claro que esta partilha comum entre a população local e as guias, que todos nós vamos sair mais ricos daqui”.
Com idades compreendidas entre 16 e os 20 anos, estas estudantes saem pela primeira vez em intercâmbio através do grupo de guias. “Normalmente temos as nossas atividades em que acampamos à volta e este grupo é a primeira vez que viaja junto. Há associações de outros grupos que saíram, nós é a primeira vez que fazemos”, sublinha.
Eduarda Oliveira salienta que não é a política da associação fazer os pais pagarem pelas viagens dos filhos, pelo que tiveram que organizar algumas atividades para arrecadarem fundos de forma a custear todos os gastos envolvidos na viagem a Cabo Verde. “Nós desde setembro do ano passado começamos a preparar atividades de angariação de fundos para a viagem, em que fazíamos feirinhas, cada um levava bolos de casa para vender, produzimos batatas e vendemos, fomos ao monte buscar lenha para vender, serviam em almoços na comunidade e as pessoas davam aquilo que achavam justo”.
Além dessas atividades, o grupo contou com ajudas da Câmara Municipal de Viana do Castelo e da junta de freguesia, que os fez somar “quase a totalidade do valor”. “O valor da viagem foi pago, do valor total orçamentado, foi quase a totalidade para esta estadia de 15 dias. Entretanto o grupo está dividido em pequenos grupinhos e em cada um há uma tesoureira que gere o dinheiro e decide quanto é que se pode gastar, o que se pode gastar”, acrescenta esta responsável.
Com tarefas definidas diariamente e a gestão dos recursos disponíveis em dias, que Oliveira acredita fazer parte do processo de crescimento e de desenvolvimento para as meninas que acompanha, a associação aproveita os últimos dias na ilha de São Vicente.