Artista Nildo espera concluir restauro do monumento “Poss” daqui a 4 semanas

A equipa de restauro do monumento “Poss”, liderada pelo artista plástico Nildo Silvestre, espera concluir o trabalho dentro de aproximadamente 4 semanas e restituir à cidade do Mindelo uma estátua renovada com garantias de perdurar por muitos anos. Segundo Nildo, tendo em conta a qualidade dos materiais usados – como cabos inox e cimento especialmente elaborado para o efeito, a escultura dedicada à viagem transatlântica dos navegadores aéreos Gago Coutinho e Sacadura Cabral poderá resistir por muito tempo.

“Após estancarmos as rachaduras com os cabos vamos passar a encher as brechas. O monumento apresenta uma grande fissura que esperamos estancar o quanto antes. Essa fissura, depreende-se, é resultado da forte trepidação do movimento rodoviário nessa zona da cidade do Mindelo”, comenta Nildo.

Pela avaliação feita, esse desenhador-projectista acha que o monumento não corria o risco de desabar a qualquer instante, apesar das rachaduras. “Tinha que acontecer algo muito potente”, prognostica. Na sua perspectiva, sequer as asas da águia poderiam desprender uma vez que essa estrutura – composta por três peças – foi chumbada.

Há pouco mais de uma semana que Nildo e os seus colaboradores vedaram o monumento e iniciaram o trabalho de conservação. O experiente artista espera obter o melhor resultado possível nesse processo e dar as devidas garantias de estabilidade da obra. Pelas suas contas, Poss será “devolvido” aos mindelenses daqui a 4 semanas.

A situação do monumento foi alertada por António Cruz, conhecido por Ró d’Interart, que tem desenvolvido trabalhos com Nildo Silvestre. Neste caso, cada um deles apresentou a sua proposta. Segundo Ró, a intervenção que propôs não foi aceite, mas, para ele, o mais importante é saber que a restauração do monumento está a acontecer.

“Elaboramos um projecto, que entregamos ao Instituto do Património Cultural para a conservação desse monumento, cuja situação estava a preocupar-nos. Arranjamos uma equipa, que estava pronta a fazer um trabalho de fundo, que exigia inclusivamente colocar Poss no chão. Além disso precisávamos interditar a circulação rodoviária nessa área”, explica Ró. Porém, o seu projecto foi rejeitado, diz ele, devido ao orçamento e o tempo exigido para a execução do trabalho. O artista afirma que o objectivo não era fazer um trabalho de cosmética, mas sim algo que pudesse garantir a segurança dessa obra por décadas.

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