Ambientalista recolhe 297 animais marinhos mortos pela enxurrada na enseada de coral da Lajinha

A enxurrada que invadiu a enseada de coral da Lajinha anteontem provocou a morte de centenas de animais marinhos. A denúncia partiu do ecologista Guilherme Mascarenhas, que encontrou no areal 297 corpos de lesmas, ouriços, polvos e de outras espécies. “Esta foi a parte que o mar trouxe para a terra. Obviamente que morreram muitos mais animais devido ao lamaçal”, comenta.

Para Guijó, como é conhecido, esta é mais uma matança associada aos chamados canhões de lama colocados nessa baía na sequência das obras de expansão da praia da Lajinha e que foram bastas vezes criticados por ecologistas. Este docente universitário lembra que já houve várias promessas de ministros ligados ao mar de resolução dessa questão, mas já chegou à conclusão de que não há interesse.

Segundo Guijó ainda não abordaram esse caso com o ministro Abraão Vicente, desde que assumiu a pasta do Mar, porque estão neste momento a preparar uma proposta técnica de desvio da conduta para ser submetida ao aval das autoridades competentes. Uma vez conseguida essa permissão, assegura que os próprios mentores irão correr atrás do financiamento.

Amostra dos animais mortos

“A proposta visa fazer um prolongamento da conduta até a ponta do esporão. Se quisermos entrar para dentro do mar teríamos que levar o tubo na superfície, pois se entrar na água haveria o problema da pressão. Logo estamos perante uma questão de engenharia para ser estudada”, frisa Guilherme Mascarenhas, um ecologista que faz mergulhos sistemáticos nessa área e já catalogou uma série de espécies marinhas que habitam nessa pequena enseada.

Um outro aspecto que quer ver resolvida é o despejo de salmoura pela Electra nessa zona. Guilherme Mascarenhas acha que esta questão é menos complicada a nível técnico e financeiro. Mas considera importante desviar o tubo de escoamento da salmoura dessa área – colocada nas traseiras da casa de toma d’água, próxima ao trampolim – para junto da vedação que marca o início da área dos estaleiros da Cabnave. Argumenta que essa zona é mais profunda, mais agitada e com menos coral, pelo que os impactos ambientais serão menores.

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