Advogado pede soltura de William Cardoso, suspeito de matar jovem natural de Santiago na Ribeira Bote

O jurista Armindo Gomes meteu um recurso para o Tribunal da Relação de Barlavento a pedir a soltura imediata de William Cardoso, que se encontra em prisão preventiva como suspeito do assassinato à facada de Valter Mendes, jovem natural da ilha de Santiago, na zona de Ribeira Bote. Segundo o advogado, há provas mais que suficientes de que o autor do crime, ocorrido no dia 12 de Dezembro, é outro indivíduo e que William estava nessa altura numa matiné na companhia de outras pessoas.

“Na Ribeira Bote/Ilha d’Madeira toda a gente sabe que William não cometeu o crime. O acto foi testemunhado por várias pessoas e inclusivamente o autor disse que sabia que seria preso. Aliás, ele pensou inclusivamente em entregar-se às autoridades”, revela Armindo Gomes, acrescentando que o verdadeiro culpado passou a fugir da Justiça desde que prenderam William Cardoso. Este causídico frisa que a Polícia Juidiciária, que está a investigar o caso, facultou provas muito frágeis ao Tribunal de S. Vicente, mas que mesmo assim levaram um juiz a decretar a prisão preventiva de William Cardoso.

“Com o devido respeito por opinião contrária, as provas apresentadas pela PJ são muito ténuas, insuficientes para determinar a prisão preventiva”, considera o jurista. Segundo Gomes, a Judiciária dispõe agora de mais informações, facultadas por testemunhas e com a ajuda dos familiares de Wiiliam, pelo que o processo pode mudar de curso. É que, para ele, não restam dúvidas de que há um inocente a pagar pelo crime de um pecador.

Por aquilo que Armindo Gomes sabe, o crime aconteceu no dia 12 de Dezembro na sequência de uma briga entre a vítima e um vendedor de drogas. “Acontece que a vítima descobriu que lhe venderam gato por lebre: em vez de maconha deram-lhe uma erva qualquer. Assim, foi reclamar a devolução do dinheiro. Como o vendedor negou restituir o valor, a vítima agrediu-o com um soco. Só que este estava armado com uma faca e desferiu-lhe um golpe fatal”, conta o jurista.

Esta cena, prossegue, foi testemunhada por algumas pessoas, que ficaram em choque. Depois pediram socorro, diz, mas a vítima morreu horas depois no hospital. “Ou seja, as pessoas sabem quem é o autor do crime, pelo que resta fazer uma investigação mais apurada porque há um inocente na cadeia”, salienta Armindo Gomes, que já meteu um recurso no Tribunal da Relação de Barlavento a pedir a soltura imediata de William Cardoso. O suspeito foi detido fora de flagrante delito no dia seguinte.

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