Lídia Lima preside abertura do 1º Encontro de Parceiros do Projeto “Catalisando Mudanças Positivas em Cabo Verde e na Guiné-Bissau”

A Secretaria de Estado da Inclusão Social, Lídia Lima, presidiu esta sexta-feira no Mindelo o 1º Encontro de Parceiros do projeto “Catalisando Mudanças Positivas” em Cabo Verde e na Guiné-Bissau, que serviu para estabelecer os objectivos visando o arranque da segunda fase. O encontro serviu ainda para dar a conhecer o projecto, definir o plano de actividades para 2025, o plano de intervenção conjunto, o circuito de comunicação e o agendamento de encontros trimestrais e anuais.

Na sua intervenção, Lídia Lima lançou um forte apelo para o reforço das parceiras para um melhor trabalho, sobretudo na área da infância. “As Aldeias SOS são um parceiro fundamental do Governo e um instituição importante para o país. Ao longo de 40 anos, tem estado a trabalhar  em Cabo Verde na área da proteção da infância, reforçando a intervenção dos sucessivos governos nesta área”, declarou.

Neste sentido, SE desafiou os parceiros a acreditarem que é possível fazer mais e melhor e que as instituições venham a conseguir trabalhar em rede, que é algo que ainda falha. “Temos percebido que as instituições querem fazer e há muitos com propostas similares mas, infelizmente, ainda não conseguem transformar essa vontade em algo metódico”, afirmou, congratulando com os resultados da reunião alargada do Comité Municipal, que é constituída por várias instituições, caso da Delegacia de Saúde, delegado do Ministério da Educação, Polícia Nacional, igrejas, associações, entre outros. 

“Foi um encontro muito importante e acredito que, a partir de agora, iremos conseguir definir planos. Temos o ICCA como coordenador, na pessoa da nova delegada, que se comprometeu a dar um impulso à este Comité, sendo um dos objectivos do Governo ter esta entidade a funcionar em todos os municípios, na área da infância”, frisou a governante, realçando que o novo Estatuto da Criança e do Adolescente já prevê o reforço da dinâmica dos Comités Municipais. 

Nesta reunião, sublinhou, acordou-se realizar um encontro mensal, definir planos de atividades, intervenções conjuntas para partilhar ideias e trocar impressões acerca das melhores práticas e delineou-se os próximos passos visando a melhoria de tudo o que tem sido feito. “Entendemos que não vale a pena cada instituição se intitular o maior. Temos sim de trabalhar em conjunto. Ninguém pode ser importante e ter maior expressão se trabalhar sozinho, até porque todos temos as nossas fragilidades. Mas se unirmos forças conseguimos fazer mais do que temos feito até agora.”

‘Djunta mon’

Antes, o DN das Aldeias SOS também pediu um “djunta mon” perante tanta demanda e desafios para que o impacto seja real. “Queremos trazer este espírito de ‘djunta mon’ para este projecto e acredito que, daqui a três anos, estaremos a comemorar resultados. Mas, de três em três meses estarei a exigir os indicadores”, disse Ricardo Andrade, que aproveitou para desafiar os parceiros a definir os projetos a serem implementados por serem os  maiores conhecedores da realidade local. 

Enquanto directora do Centro SOS Mindelo, Graça Gomes mostra-se preocupada com os indicadores e resultados, pelo que o encontro serviu também para recolher subsídios e para analisar aquilo que correu menos bem no projecto anterior por forma a evitar que se repitam. “Apresentamos aqui o que temos planeado a nível do projecto, definimos onde cada parceiros vai colocar as actividades que pretende desenvolver dentro daquilo que foi acordado. Vamos montar um circuito de comunicação e cronometrar os encontros trimestrais e anual. Basicamente este foi um encontro prático para elaborar os planos de trabalho, definir os mecanismos de comunicação e outros aspectos.”

A segunda fase do projecto, segundo Graça, já arrancou e está no terreno uma equipa a fazer a aplicação de um questionário para selecionar as novas famílias, que se vão juntar às que transitaram da anterior. “Iremos definir um número de famílias por comunidades. Infelizmente, não vai ser linear como foi na primeira fase. Teremos mais famílias da zona da Ribeirinha, tendo em conta as necessidades constatadas. É uma comunidade em crescimento que demanda um trabalho mais aturado. Sentimos que, apesar da nossa intervenção, houve um aumento de problemas que precisam ser atacados.”

O projecto “Catalisando mudanças positivas em Cabo Verde e na Guiné Bissau” tem como objectivo contribuir para que as crianças da cidade do Mindelo cresçam num ambiente familiar acolhedor. Está desenhado para beneficiar diretamente 150 famílias vulneráveis – 90% delas compostas por mães solteiras – e 450 crianças das comunidades de Fonte Filipe, Monte Sossego, Ribeirinha e Ribeira Bote. Trinta representantes de estruturas/organizações de base comunitária serão também beneficiados.

De forma indireta, estima-se que o projecto possa impactar positivamente cerca de quatro mil pessoas pertencentes às comunidades abrangidas, promovendo o fortalecimento familiar, o desenvolvimento social e a melhoria das condições de vida das crianças e das suas famílias.

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