O “Paternalismo” de Monte Negro

Américo Medina

“O Primeiro-ministro português, Luís Montenegro, surpreendeu-nos ao mencionar, de forma ligeira e despropositada, a possibilidade de uma eventual integração de Cabo Verde na NATO, matéria tão sensível, delicada e séria!”

O “Paternalismo” de Monte Negro e esse impulso crónico de alguns políticos portugueses falarem por nós e mostrar-nos o que é melhor para nós…, quando lhes damos margem, em função de quem é o “Homem do Leme” entre nós! Essa nossa relação com Portugal muitas vezes envolve uma visão “condescendente” de São Bento na qual a ex-potência dominante vê-nos a todos os ex-dominados como incapazes de nos governarmos ou tomar decisões por nós mesmos.

O Primeiro-ministro português, Luís Montenegro, surpreendeu-nos ao mencionar, de forma ligeira e despropositada, a possibilidade de uma eventual integração de Cabo Verde na NATO, matéria tão sensível, delicada e séria! Feita numa declaração conjunta com o Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte, isso não pode ser tomado de ânimo leve e requer um posicionamento do Governo de Cabo Verde!

É importante notar que, em julho de 2024, o Primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, afirmou que o país não pode entrar na NATO, justificando essa posição com base na sua política de não alinhamento e neutralidade. Portanto, embora haja interesse por parte de Portugal (é mesmo de Portugal ou “Portugal”?) em considerar a integração de Cabo Verde na NATO, a posição oficial de Cabo Verde tem sido de não adesão à Aliança, mantendo uma postura de neutralidade.

Esperemos que isso não passe de uma “frescura” ilegítima de um político incauto e com síndrome de “Cuidador” e inércia de séculos de quem sente que deve continuar a “cuidar” de nós e “civilizando-nos” segundo os seus valores e padrões! Próprio de quem pretende saber e sempre o que é melhor para o seu “subordinado”!

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