Adilson dos Santos da Cruz
Neste momento, mesmo diante das circunstâncias desafiadoras em nosso país, escolho, em palavras, eleger um político, mas, acima de tudo, um verdadeiro servidor da pátria, de quem tenho o privilégio e a honra de chamar meu amigo e mentor: José Filomeno Monteiro, nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros, para mim o político que mais respeito e admiro.
A trajetória do senhor José Filomeno, enquanto cidadão e político em Cabo Verde, é marcada por coragem, dedicação e, acima de tudo, coerência. Manter uma postura firme num país em que, muitas vezes, a crítica é encarada como afronta não é tarefa fácil. No entanto, ele demonstra com maestria que ser crítico não significa ser opositor: significa amar profundamente a nossa terra, querer que ela se torne melhor e não aceitar menos do que o povo merece. É por isso que ele é reconhecido como o homem de trato fino, alguém que sabe ouvir, dialogar, respeitar, unir pessoas de diferentes opiniões e construir consensos mesmo nas situações mais complexas.
Nos cinco anos em que convivo com ele, ele como embaixador e eu como emigrante, nunca percebo nele sinais de sectarismo partidário, ainda que faça parte do núcleo do MpD. Mantém-se íntegro, equilibrado e conduz o Ministério dos Negócios Estrangeiros com a mesma paixão, rigor e compromisso que demonstra ao representar Cabo Verde além-mar. É raro encontrar um político que combine firmeza nas convicções com flexibilidade na escuta, sempre colocando o interesse do país acima de interesses pessoais ou de grupo.
Em meu percurso pessoal, tenho o privilégio de aprender continuamente com ele. José Filomeno ensina-me a ser um internauta consciente, a questionar antes de aceitar, a analisar os dois lados de cada história e a jamais me deixar conduzir por informações superficiais ou tendenciosas. Nossas conversas, muitas vezes em seu espaço livre, moldam meu pensamento crítico e inspiram minha atuação nas redes sociais. E não sou apenas eu a reconhecer isso: todos que o conhecem compartilham a mesma opinião. Nestes anos, nunca conheci alguém que pronunciasse uma palavra negativa sobre ele.
Recordo com apreço as recomendações de livros, autores e referências que partilha comigo, expandindo horizontes ou ilustrando com exemplos o que afirma, pois jamais fala sem fundamentação. Mas o que mais impressiona são suas lições de humanidade: ser justo, íntegro, saber ouvir sem interromper, falar no momento adequado e, quando o faz, expressar a verdade com precisão. Ensina, por meio de exemplos simples mas poderosos, que liderança não se mede pelo título, mas pela forma como se trata as pessoas, se assume responsabilidades e se age com empatia e ética.
José Filomeno Monteiro transcende a política: é um ser humano que inspira todos com quem interage, inspira-me, inspirou muitos em Bruxelas e até aqueles que, infelizmente, olham de cima para líderes africanos aprendem a respeitar com ele. Com ele, percebo que um verdadeiro líder africano não busca aplausos vazios, mas resultados concretos que transformam vidas, fortalecem instituições e despertam esperança no povo. Sua amizade é um presente, sua visão é uma escola, e sua postura é um exemplo raro de integridade e humanidade.
Quero, ainda, deixar um desejo pessoal: sei que o Sr. Ministro José Filomeno enfrenta desafios de saúde neste momento, e desejo-lhe recuperação plena e rápida, que sua força, disciplina e coragem conduzam seus dias para caminhos ainda melhores, assim como guia tantos à sua volta. É a mesma força que aplica em cada projeto, cada conversa e cada iniciativa que beneficia Cabo Verde e os cabo-verdianos, e sei que ele superará esta fase mais fortalecido e inspirado do que nunca.
Por tudo isso, faço questão de declarar publicamente o que já lhe digo em privado: tenho por ele não apenas estima, mas profundo respeito e admiração. Homens como ele não passam despercebidos; elevam quem os rodeia, ensinam pelo exemplo e deixam marcas duradouras. Cabo Verde necessita de mais vozes, coragem e compromisso como o seu para enfrentar os desafios atuais e construir um país mais justo, unido e próspero.
E se um dia, quero acreditar que esse dia chega, José Filomeno Monteiro decidir candidatar-se à Presidência da República de Cabo Verde, farei questão pessoalmente de apoiá-lo e de fazer campanha, talvez pela única vez em minha vida, estando presente de corpo e alma. Seria um orgulho absoluto contribuir, ainda que modestamente, para que um homem tão íntegro e competente conduza o país na mais alta posição, trazendo visão, ética e transformação para todos os cabo-verdianos.
Obrigado, José Filomeno Monteiro, pela amizade, pela partilha, pela inspiração e, sobretudo, por me lembrar continuamente que ser cabo-verdiano é, acima de tudo, ser crítico, consciente e humano. Que a sua trajetória continue a ser luz para Cabo Verde, exemplo de liderança e humanidade, e inspiração para gerações presentes e futuras.
