Por: Pio Correia
Foi celebrado a 23 de março o dia internacional da Meteorologia, data importante para Cabo Verde e o mundo inteiro. Muitos colegas têm a vida de muita gente diariamente na mão e deviam e devem estar motivados para desempenharem as suas funções com profissionalismo e responsabilidade. Acho, no entanto, que muitos como eu estão desmotivados e revoltados com a incúria de algumas chefias.
Como é possível estarmos há mais de 26 meses à espera da publicação da lista de transição no Boletim Oficial para implementação do PCCS aprovado a 11 de Janeiro de 2021 para colocar termo a INJUSTIÇA vivida há 14 anos, sem progressão, sem promoção e sem qualquer aumento salarial?… Após tantos gritos de revolta, o problema chegou ao Parlamento pela voz do sr. Deputado Albertino Mota na primeira sessão do mês de Março. O sr. deputado questionou o senhor Vice-Primeiro-Ministro Olavo Correia sobre o assunto, mas este, por sua vez, afirmou que não é tutela desse serviço e que não poderá responder sobre o mesmo. O que lhe cabe é se o assunto for resolvido, se houver dinheiro, é só pagar. No entanto, é o mesmo governante que assinou a Portaria conjunta 1/2023 a 17 de Janeiro passado, é o mesmo ministro que, na discussão e aprovação do Orçamento de Estado para 2023, afirmou no Parlamento que os trabalhadores que beneficiaram com aprovação de PCCS a partir de 2019 não têm direito a aumento salarial contemplado para o ano de 2023.
Acontece que não tivemos aumento e nem temos beneficiado até hoje com aprovação do PCCS e é o mesmo senhor que participa semanalmente na reunião do Conselho de Ministros que, de certeza, analiza os problemas existentes no país – ou será que isso não é problema. Esta situação vem se arrastando sem que a nossa tutela preste qualquer informação aos trabalhadores. Qual instituição é culpada por tamanho atraso e que vem prejudicando mensalmente 107 chefes de famílias.
Só agora no dia 15 de Março, com a pressão do sindicato SINTAP de São Vicente junto da DNAP a mesma informou que a lista chegou no dia 10 de Março quase pela QUARTA vez e que ainda não está em condições de ser publicada. Mas não aponta concretamente as falhas, preferindo passar a bola para o INMG; que as razões são imputáveis a essa Instituição e assim continuaremos assistindo este ZIG ZAG sem dia para publicação da tal lista. Por tudo isso, acho que os trabalhadores do INMG não têm razões para comemorarem nada neste dia tão importante para a humanidade e sentimo-nos abandonados à nossa sorte pela tutela, como se não fossemos servidores deste país.
Um apelo mais uma vez aos senhores Deputados e Deputadas da Nação, da Situação e da Oposição, no sentido de procurarem saber concretamente junto do INMG, Ministério da Agricultura e Ambiente, Ministério da Modernização e da Administracção Pública e da DNAP quem é o principal responsável pelo bloqueio desse processo e com que intenção. Porque se de facto houver problema na lista, hoje com a nova tecnologia seria sanada em poucos minutos; e ainda se houver vontade em se resolver o problema as 4 instituições trabalhavam em conjunto e resolveriam definitivamente o assunto.
Penso que isso já é mais que uma provocação, em especial à minha pessoa, que já tem 67 anos de idade e 48 anos de serviço prestado. E qualquer pessoa poderá pensar em fazer uma asneira perante tal INJUSTIÇA. Os nossos Governantes, Deputados e Deputadas conhecem muito bem esta situação porque deu origem a várias lutas divulgadas na comunicação social do P=país, mas sem sucesso para sua resolução. Nada e mesmo nada justifica este atraso na publicação da lista de transição a não ser se é manobra do Governo para não pagar retroativo a Janeiro de 2021 e fazer justiça.
A cada nascer do Sol, os trabalhadores contam receber a boa notícia que é a saida da lista. No dia 23 seria importante colocar termo a essa angustiante injustiça, mas tal não aconteceu. Voltarei a colocar nesta tecla enquanto a situaçãp persistir. Cada criston tem direito a se gota de água, senhores José Ulisses Correia e Silva, Armindo Luz, Damião Gomes Medina, Rosa Lopes Rocha, Albertino Mota, João Santos Luís, António Monteiro.