Por: Maurino C. B. Delgado e Lídio da Conceição Silva
No dia 25 deste mês vão debater a proposta de um empréstimo de 100 mil contos à banca, destinado a asfaltar pouco mais do que cinco quilómetros de estrada. O asfalto é poluente, aquece o ambiente, a manutenção é cara, é um produto importado, a sua aplicação exige pouca mão-de-obra por isso é desaconselhável.
A pedra não é poluente, não aquece o ambiente, é um produto nacional, a sua aplicação requer muita mão-de-obra, dura uma eternidade, é a melhor solução. Para nós, a utilização da pedra na pavimentação das estradas tem vantagens ambientais e económicas mas, no entanto, o lobby do asfalto fala mais alto em prejuízo dos interesses das populações.
A questão que se levanta: por que razão utilizar o asfalto e não a pedra, quando o desenvolvimento depende da nossa capacidade de aproveitar e valorizar os recursos naturais e quando o combate à pobreza, às assimetrias regionais, ao centralismo, depende da boa gestão de cada parcela do território nacional?
É urgente a aplicação de políticas corretas de desenvolvimento que tenham em conta a situação real do País!
De acordo com os dados da INE –(Instituto Nacional de Estatística), 186 mil cabo-verdianos vivem na pobreza e, desses, 115 mil vivem na pobreza extrema, de uma população estimada em pouco mais de 500 mil pessoas. O Banco Mundial considera pobreza extrema quando se vive com menos de um dólar americano por dia. Com a pandemia, o número de pobres aumentou e há quem não disponha, nem de perto nem de longe, dessa quantia.
Com os recursos que têm sido postos à nossa disposição, quer em formação dos quadros, quer no financiamento dos projetos de desenvolvimento ou à ajuda orçamental, mais os recursos provenientes do endividamento do País, não havia razão para tanta pobreza. É uma situação grave que deve interpelar e preocupar toda a sociedade cabo-verdiana para exigir dos nossos dirigentes políticas corretas de desenvolvimento, em vez de políticas eleitoralistas, para evitar um desastre social que vai empurrando nós todos para a pobreza.
O Movimento para o Desenvolvimento de São Vicente deseja que os Eleitos do Município dos Mosteiros reflitam sobre esses problemas na procura das melhores soluções para o desenvolvimento sustentável e inclusivo do País, por exemplo, a pavimentação do troço da estrada em questão com pedra em vez de asfalto. Com os melhores cumprimentos:
P’elo Movimento