A Droga Digital que está a matar relações e a enfraquecer gerações

Klisman Ramalho

Vivemos numa era extraordinária. A tecnologia evoluiu a uma velocidade impressionante, e o telemóvel tornou-se uma extensão do nosso corpo. Com ele, temos o mundo na palma da mão: informação, comunicação, entretenimento e oportunidades infinitas. No entanto, o que era para ser uma ferramenta de conexão e crescimento tem-se tornado, silenciosamente, num dos maiores destruidores da nossa paz interior, da nossa energia vital e, sobretudo, da estrutura mais sagrada da sociedade: a família.

O uso descontrolado do telemóvel está a roubar-nos aquilo que temos de mais precioso: o tempo, a atenção e a presença. Estão a ser substituídos por notificações constantes, vídeos viciantes e redes sociais que alimentam comparações e distrações sem fim. Muitos de nós já não conseguimos manter uma conversa verdadeira sem sentir o impulso de verificar o telemóvel. E isso não é só um mau hábito — é um vício químico, alimentado por descargas constantes de dopamina, o neurotransmissor do prazer imediato.

Quando não usamos o telemóvel com consciência, o resultado é devastador: pais ausentes mesmo estando fisicamente presentes, filhos a crescer sem referências emocionais sólidas, casais que deixam de conversar e de se olhar nos olhos. Estamos a criar uma geração de crianças emocionalmente frágeis, dependentes de estímulos digitais, incapazes de lidar com o silêncio, o tédio ou a frustração.

A pergunta que se impõe é: o que podemos fazer para que este inimigo invisível não destrua o nosso cérebro, a nossa família e os nossos relacionamentos?

A resposta está na consciência e na intenção. Precisamos de aprender a usar o telemóvel de forma inteligente, com limites claros e objectivos definidos. Não se trata de o eliminar da nossa vida, mas de o colocar no seu devido lugar. O telemóvel deve servir-nos, não escravizar-nos.

Estabeleça horários para o uso do telemóvel. Desligue as notificações desnecessárias. Reserve momentos sagrados em família, como as refeições, em que nenhum ecrã esteja presente. Olhe nos olhos dos seus filhos. Converse com o seu parceiro. Leia um livro, Medite e seja grato. Caminhe sem estar constantemente ligado ao mundo digital. Reconquiste o seu tempo e a sua paz interior.

A verdadeira liberdade não está em ter acesso ilimitado a tudo, mas em saber dizer “não” ao que nos rouba a vida real. É urgente educar não só os nossos filhos, mas também a nós mesmos, para um uso consciente da tecnologia. A felicidade não está num ecrã. Está na conexão humana, no amor cultivado com presença e na paz que vem de uma mente livre de ruído constante.

Hoje é o dia certo para começar. Desliga um pouco o mundo lá fora e liga-te ao que realmente importa. O teu futuro e a tua família agradecem.

*Empreendedor e Defensor dos princípios milenares. 

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