S. Vicente é tetracampeã em Boxe feminino – ARBSV denuncia “arbitragem tendenciosa” na prova masculina

A selecção feminina de Boxe de S. Vicente conquistou o tetracampeonato nacional no passado fim-de-semana, com duas medalhas ouro e duas de prata em 4 categorias. Além disso, Elisiane “Lily” Santos foi distinguida como a melhor atleta da prova e consolidou a posição de pugilista referência entre as competidoras residentes. Mesmo afectada psicologicamente pelo falecimento do pai,  a quem dedicou o troféu, a jovem amealhou um dos títulos com maior significado na sua carreira.

“A preparação da equipa feminina para o nacional foi dura e intensa, com dois treinos diários, mas foi especialmente difícil para Elisiane. Como é natural, ficou afectada pela perda do pai e não era fácil para ela comparecer em todos os treinos e manter o foco”, explica Valdo Reis, presidente da Associação Regional de Boxe de S. Vicente. Segundo o dirigente, o bloqueio ficou mais evidente na primeira luta, mas mesmo assim Lily, como é conhecida, conseguiu superar a adversária.

“Ela é uma atleta dedicada, que compreende os procedimentos e os coloca na prática. E esta atitude mostrou porque ela ajudou a nossa equipa feminina a conquistar o quarto título nacional”, reforça Reis.

No capítulo masculino, S. Vicente ficou no segundo lugar, atrás dos vencedores da região de Santiago Sul, com 3 medalhas de ouro, cinco de prata e uma de bronze. No entanto, Valdo Reis afirma que S. Vicente merecia ter vencido mais 3 embates e sagrar-se campeã do torneio nacional, realizado na cidade da Praia de 10 a 12 de outubro, mas foi nitidamente prejudicada pela arbitragem. “Costumamos evitar justificar derrotas com a arbitragem, mas há momentos que fogem à regra. Neste caso constatamos um dos maiores roubos cometidos no Boxe nacional. Foi uma arbitragem claramente tendenciosa e dissemos isso à Federação”, desabafa Valdo Reis.

Como explica, os atletas mindelenses venceram todos os combates na sexta-feira e nos outros dois dias seguintes aconteceram “coisas inimagináveis” na arbitragem, que, diz, impediram S. Vicente de ganhar mais 3 medalhas de ouro. “Foi escandaloso. Há um câncer no Boxe cabo-verdiano, chama-se arbitragem”, desabafa Valdo Reis, para quem os juízes de todas as regiões, incluindo S. Vicente, precisam actualizar os seus conhecimentos. Na sua visão, um destes três cenários justifica a performance dos juízes: incompetência, falta de actualização das regras ou atitude consciente.

A continuar os problemas com a arbitragem, diz Valdo Reis, a região desportiva de S. Vicente vai negar competir na próxima edição do campeonato nacional. Acrescenta ainda que pediu à FCBX para evitar colocar árbitros de Santiago nos combates entre pugilistas de S. Vicente e de Santiago.

A nivel local, as seleções masculina e feminina de S. Vicente, segundo Reis, enfrentaram dificuldades nos preparativos. A seleção feminina, explica, não conseguiu reunir todos os elementos devido ao horário de trabalho; por outro lado, a associação não conseguiu assegurar alimentação para os atletas após todos os treinos.

Valdo Reis relata ainda problemas registados tanto na viagem de ida como na de regresso e atribui culpa ao Instituto do Desporto e Juventude. Especifica que, a dois dias da deslocação da caravana mindelense para Praia, ainda o IDJ não tinha disponibilizado os bilhetes de passagem e, no regresso a S. Vicente, os atletas tiveram que viajar de barco. Mesmo assim, poucas horas antes da partida ainda não tinham as passagens garantidas.

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