Tem 65 anos, é uma presença familiar do ginásio Gorh e revela uma energia e disciplina que podem fazer inveja a muita gente. “O meu maior problema é tentar ´frear´ a intensidade da sua actividade física”, confessa Edy, o seu personal trainer.
Adepta do desporto desde jovem, Rosa Pinheiro ainda continua com uma forte dinâmica diária, apesar da idade. Faz caminhada, ginástica ao ar livre, dança e musculação, actividades que preenchem o seu dia de segunda a sexta. Isto sem contar com os afazeres da casa, como limpeza, compras, lavar roupa, passar a ferro, etc.
Por conta disso, esta mulher sente-se ainda ágil e com uma saúde de ferro. “Quero ter qualidade de vida e o desporto ajuda na prevenção de determinadas doenças, como a cardiovascular. Alem disso diminui a perda de massa muscular e a osteoporose”, ilustra Rosa Pinheiro.
Três vezes por semana Rosa Pinheiro tem encontro marcado com as máquinas de musculação. Os treinos duram em média uma hora e são monitorados pelo personal trainer Edy. Na terça, conta, trabalha as partes inferiores e superiores, na quinta faz apenas exercício para as pernas e na sexta foca a atenção mais nos braços.
“O meu maior problema é tentar frear a intensidade da sua actividade física. Esta mulher tem uma motivação fora de série”, realça Edy, que se mostra impressionado com a energia e a disciplina de Rosa Pinheiro. “Faz caminhada, aeróbica, musculação…” O seu maior receio é a possibilidade de ela cansar os músculos e sofrer uma lesão.
Para Edy, treinar Rosa Pinheiro é um grande desafio e uma honra. Primeiro porque, diz, não se costuma ver pessoas da sua idade a frequentar os ginásios. Em segundo lugar, prossegue, ela encara o seu programa de treino com seriedade. Aspectos que o levam a considerar Rosa Pinheiro um exemplo que deveria inspirar outras pessoas, em particular as mais sedentárias.
O sedentarismo nunca fez parte do vocabulário de Rosa Pinheiro. A sua relação com o desporto começou na adolescência e nunca parou de mexer o corpo. O Karaté foi uma das suas modalidades de eleição, tendo frequentado o dojo do sênsei Bebeto, na cidade da Praia, e alcançado o cinto negro. Na ilha de Santiago, onde viveu por anos, costumava fazer caminhadas e praticar dança latina como Merengue, Salsa, Kizomba… De regresso a S. Vicente, Rosa Pinheiro continua imparável. O seu treino sofreu um interregno apenas por altura da chegada da pandemia.
Há pouco mais de um ano, Rosa Pinheiro decidiu incluir a musculação no seu programa de treinos. Quando entrou pela primeira vez na sala, confessa, sentiu-se um pouco deslocada. Afinal das contas, estava perante um ambiente frequentado maioritariamente por jovens. Mas foi uma sensação passageira. “Fui bem tratada e acabei por me sentir integrada rapidamente, talvez devido a minha maneira de ser. Dou-me bem com toda a gente”, salienta.
Fruto da sua actividade física, Rosa Pinheiro sente-se confortavelmente bem de saúde e com uma boa agilidade. Como diz, ainda consegue andar com rapidez e apanhar um papel no chão sem queixar-se de dor nas costas.