Uma centena de alunos do ensino básico obrigatório, seleccionados em cinco escolas da periferia da cidade do Mindelo, iniciam a partir da próxima segunda-feira, na praia de Lajinha, um curso de natação, promovido pela Escola de Natação Nhô Fula. Segundo o presidente da direcção da ENAF, Silas Leite, este curso é um primeiro sinal de acesso da natação no currículo escolar em Cabo Verde.
O curso, diz Leite, enquadra-se no projecto denominado “Actividades formativas e cívicas no âmbito do desenvolvimento da natação em Cabo Verde”, em parceria com o Vitoria Futebol Clube da Praia, que se interessou em introduzir esta pratica nas suas actividades. Mas a ambição maior, diz, é introdução da natação no currículo escolar em Cabo Verde, tendo em conta a sua importância na questão da prevenção, no acesso à funções marítimas, mas também no desporto, saúde e bem-estar.
“Na segunda-feira vamos fazer uma espécie de apresentação e passar uma mensagem entre as cinco escolas de S. Vicente onde os 100 alunos foram seleccionados: Chã de Cemitério, Bela Vista, Ribeira de Craquinha, Chã de Marinha e Pedra Rolada. São alunos dos 8 aos 15 anos, provenientes preferencialmente de famílias carenciadas, mas com bom aproveitamento escolar”, diz.
Relativamente ao projecto, Leite explica que já foi apresentado à vários parceiros, incluindo o Ministro da Educação, que destacou a sua importância, mas não há uma decisão clara em termos de financiamento, excepto da parte da Direcção Geral de Planeamento, Orçamento e Gestão (DGPOC), que afirmou que, neste momento, estão limitados financeiramente. “Estamos a falar de um projecto para ser implementado, pelo menos nesta fase, em São Vicente e na Praia, orçado em 900 contos e que vai abarcar 200 alunos do EBO, sendo 100 no Mindelo e 100 na capital”, enfatiza.
Mas este é um projecto que extravasa a natação porque prevê, para além do ensino, a realização de provas e de encontros de reflexão, de entre outras actividades. No caso dos encontros de reflexão, de acordo com Silas Leite, seriam realizados sobretudo na Praia onde se pretende lançar as sementes a nível da natação de prevenção. Certo é que, por enquanto, contam apenas com um pequeno apoio de uma das operadoras de telecomunicações, no valor de 80 mil escudos, montante que vai custear as inscrições e os salários dos funcionários.