Ser uma influência positiva na vida das pessoas. Este é o propósito maior da instrutora Marlyne Martins, que desde ontem começou a ministrar aulas de Yoga e meditação em São Vicente, para adultos e crianças. As aulas acontecem no “Columbinho” para turmas com poucos alunos para um trabalho mais eficaz a nível da respiração, consciência corporal e coordenação corporal. Espera ainda ajudar a desenvolver e aumentar a autoestima das pessoas.
Formada em Ciências Aeronáuticas em Portugal, Marlyne Martins conta que foi no Yoga que se descobriu, após um curso com duração de um ano para instrutora de meditação e Yoga para adultos e crianças. “Fiz a minha primeira aula de Yoga quando vivia na ilha do Sal, em 2014. Trabalhava na ASA, mas não estava satisfeita nem com a minha vida nem com o meu trabalho. Não conseguia perceber o meu propósito e também sentia que não acrescentava nada na minha vida e nem de outras pessoas”, confessa.
Desanimada, conta, foi convidada por um amigo para uma aula de Yoga. “Cheguei na aula sem saber nada de Yoga. Comecei a praticar e senti-me de imediato mais serena. Também passei a ver as coisas de outra forma. Ganhei uma outra perspectiva para a minha vida”, pontua Marylne. Logo de seguida foi para Islândia, onde conheceu outras pessoas que praticavam Yoga. “Percebi que Yoga ultrapassa o físico. Envolve postura, dá-nos uma outra noção do espaço, mais coordenação e aumenta a autoestima”.
Cada vez mais entusiasmada, esta jovem revela que mudou para Portugal e decidiu aprofundar as suas pesquisas. Fez um curso e percebeu que era isto que queria. “Me apaixonei. Senti-me útil. Acabei por fazer uma formação de Yoga e meditação para criança dos 3 aos 12 anos. Há estudos que provam a eficácia do Yoga nesta faixa etária, mas também em adultos. Combate a depressão, pensamentos suicidas, porque ajuda as pessoas em busca de uma consciência espiritual, relaxa, melhora o físico e aumenta a flexibilidade.”
Regressou a Cabo Verde há uma semana e começou a partilhar as suas reflexões sobre o Yoga e meditação nas redes sociais e recebeu muito feedback de pessoas que a instigaram a dar aulas. “Aceitei o desafio, mas as minhas aulas não têm o objectivo apenas físico. Quero mostrar as técnicas de respiração e ajudar as pessoas a entender o significado do Yoga.”
A primeira aula aconteceu na tarde de ontem. A partir desta terça-feira Marlyne tem em agenda aulas no período de manhã e à tarde. “Vou trabalhar com grupos pequenos porque o Yoga exige muita atenção e também porque o meu espaço é pequeno. Assim vou conseguir ajudar os alunos a corrigir a postura, vou estar atenta aos problemas de saúde, caso por exemplo de tensão arterial, escoliose e outros. Nestes casos, os alunos não poderão fazer determinadas posturas. Também algumas técnicas de respiração não são recomendadas. Vou ter no máximo seis pessoas em cada aula.”
Para esta instrutora, ministrar Yoga para muitas pessoas acaba por se transformar em uma aula de educação física porque não permite ao professor focar nos alunos. “Quero ajudar as pessoas a mudar de vida, a buscar o bem-estar físico e mental. Quero que tenham uma maior consciência do seu corpo, mais noção de espaço, uma melhor coordenação motora, mais foco e atenção no momento presente”, assegura esta jovem, que deixa claro que o Yoga é tanto para o corpo como para a mente porque transmite paz e luz.