Jogos Africanos: ARASV descarta responsabilidade sobre ausência de S.V. nas selecções de andebol de praia

A Associação de Andebol de S. Vicente descartou qualquer responsabilidade pela ausência de jogadores da sua região desportiva nas selecções masculina e feminina de Cabo Verde nos Jogos Africanos de Praia, que estão a decorrer na ilha do Sal. Segundo Luís Fortes, presidente da ARASV, recebeu um email da federação a solicitar a indicação de atletas, o que estranhou já que compete à FCA escolher um treinador nacional e este, por sua vez, é que constitui a sua equipa.

“A prática normal é o treinador nacional vir observar os jogadores e escolher quem acha que merece integrar a selecção. Não compete a uma associação indicar este ou aquele atleta”, frisa Luís Fortes, que, diz, não respondeu ao email porque partiu do princípio de que houve uma “falha na comunicação”. Até porque, prossegue, S. Vicente não realizou nenhum campeonato de andebol de praia, modalidade que tem as suas características e regras próprias, pelo que ficaria difícil para a ARASV indicar este ou outro atleta.

Segundo Fortes, quando foi divulgada a lista dos selecionados, houve alguns comentários nas redes sociais estranhando a ausência de atletas de S. Vicente, ilha detentora do ceptro nacional de andebol de salão masculino, mas achou que não lhe competia responder a essas questões e pontos de vista.

O email da Federação Cabo-verdiana de Andebol, assegura Nelson Martins, não era para pedir nomes de jogadores para a selecção, mas sim uma lista de potenciais atletas para prospecção da equipa técnica. Como explica, a FCA pretendia organizar uma prova nacional na ilha do Sal para possibilitar a escolha de atletas para as equipas masculina e feminina, só que não conseguiu levar o plano à prática devido a demora no desbloqueio de verbas. “Ninguém sabia dizer-nos quem devia disponibilizar os financiamentos, pelo que o tempo ficou demasiado apertado. Como não deu para fazermos as provas regionais e depois o nacional, partimos para o plano B, que era pedir as associações para nos indicarem nomes de jogadores que poderiam ser considerados pela equipa técnica”, explica Martins. Nesse caso, acrescenta, cabia às associações passar essa incumbência a um treinador local. Segundo Martins, foi isso que fizeram no Sal, Boa Vista, Praia e Santiago Sul, e, como S. Vicente não respondeu ao email, a FCA teve que avançar.

“Nestes últimos três anos Cabo Verde já participou em várias competições internacionais e nalguns casos as selecções contaram com o envolvimento de técnicos e jogadores da região desportiva de S. Vicente. Isto para dizer que não tínhamos e nem temos quaisquer intenções de excluir S. Vicente de uma equipa nacional”, frisa Nelson Martins, para quem bastava ao presidente da ARASV telefonar para a FCA e estipularem uma plataforma de entendimento.

Kim-Zé Brito

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