Seis atletas estão a cumprir um programa de preparação técnica, física e táctica na praia da Lajinha para estarem na máxima força no mês de Junho nos Jogos Africanos de Praia, na modalidade de beach-tennis. Sujeitos nalguns casos a treinos duas vezes por dia, os desportistas, segundo a técnica portuguesa Ana Noro, começam a mostrar uma progressão notável no processo de adaptação do ténis normal para o de praia, que apresenta características diferentes.
“Todos vêm do ténis de court, que é menos rápido que o de beach-tennis e é jogado num piso diferente. Esta modalidade, além de ser muito rápida, tem a sua técnica própria e é praticada na areia. Aos poucos os atletas estão a melhorar a sua capacidade técnica e física”, realça a treinadora, que começou a preparar a selecção cabo-verdiana no dia 1 de Abril.
Até Junho, os seis jogadores – quatro masculinos e dois femininos – vão enfrentar três meses de treinos intensivos e participar em quatro competições em Portugal, três delas de carácter internacional. Assim sendo, a comitiva parte no dia 22 de Maio para terras lusas, onde os tenistas terão o seu primeiro contacto a sério com uma prova de beach-tennis. Porém, frisa Ana Noro, o objectivo primordial é ganharem experiência competitiva e não propriamente os torneios. O grupo vai competir nas modalidades de pares masculinos, femininos e mistos, tal como está previsto nos jogos africanos.
Ana Noro vai acompanhar a selecção nacional nessas competições, mas sabe que Cabo Verde pode defrontar adversários experientes como o Egipto e a Tunísia e principalmente Marrocos. Mesmo assim, a treinadora acredita na possibilidade de os seus pupilos atingirem “bons resultados”.
Mais confiante, a atleta Sílvia Lopes acha que Cabo Verde pode subir ao pódio. Como diz, ela e os colegas estão a mostrar progressos, resultantes dos treinos físicos e técnicos, mas também do trabalho psicológico a que estão a ser submetidos. “No início foi difícil fazer essa transição do ténis de court para o de praia, mas estamos a evoluir e sinto que vamos chegar aos jogos africanos bem preparados. Acredito que podemos atingir o pódio”, comenta a jovem atleta, que tem estado a mentalizar-se diariamente para esse desafio internacional.
Para Sílvia, as condições de treino não são as ideais, muito por causa do vento que se faz sentir na praia da Lajinha. No entanto, admite que essa dificuldade pode ser transformada em vantagem, se forem jogar num campo sem muita interferência do vento, na ilha do Sal. “Mesmo que haja vento já estaremos habituados.”
Gildo Jesus também mostra-se confiante na sua prestação nos jogos. Habituado a defrontar adversários do continente africano desde os 12 anos, mas na modalidade de ténis, promete dar o seu melhor. Este atleta sente que o processo de adaptação para o ténis de praia está a decorrer na normalidade, o que lhe dá garantias de fazer uma “boa” prova na ilha do Sal.
A equipa feminina é composta por Sílvia e Eliane, enquanto a selecção masculina é integrada por Gildo, Anderson, David e Paulo.
Kim-Zé Brito