Formação de 75 árbitros de futsal abre caminho para oficialização da modalidade em S. Vicente

Terminou ontem em São Vicente a primeira formação de árbitros de futsal, com entrega de diplomas aos 75 formandos. O acto teve lugar no Centro de Estágio e foi a primeira actividade realizada pelo Núcleo de Oficialização do Futsal nesta ilha, cujo processo Edy Cruz, um dos dinamizadores da modalidade e defensor da oficialização, espera estar concluído até final deste ano. 

Em declarações à imprensa, este garantiu que se trata de mais um passo para a oficialização do futsal, modalidade muito praticada e que envolve um grande número de atletas. “Realizamos esta formação porque era uma necessidade urgente. Sabemos que a Federação Cabo-verdiana de Futebol pretende também organizar uma formação de árbitros em breve e vão encontrar um grupo já com alguma preparação. Até lá iremos organizar alguns torneios para que possam praticar”, explica Cruz. 

A próxima actividade deste núcleo é a realização de algumas competições, nomeadamente torneios de mulheres e de veteranos, em parceria com o Grupo Dinamizador Região Tour. Estas duas competições, segundo Edy Cruz, visam preparar a Taça de São Vicente de Futsal, que será um projecto-piloto da liga. “Estas são as ideias que temos, enquanto organizadores do futsal em São Vicente. Estamos em conversações com promotores da modalidade em todo o país e, principalmente, com a FCF para a oficialização desta modalidade.”

Instado a fazer um retrato do futsal na ilha, Ady Cruz admite que desconhece o número de atletas que pratica a modalidade, mas acredita que é o desporto mais praticado em São Vicente e, possivelmente em Cabo Verde, mesmo não sendo oficial.  “É por isso que estamos trabalhar para oficializar esta modalidade, para sabermos o número de atletas vão inscrever e competir nas provas de futsal.”

Quanto aos critérios, diz que são definidos pela FCF, mas estes ainda estão em discussão. Ady Cruz faz entretanto uma ressalva, dizendo que a oficialização da modalidade não pretende, de forma nenhuma, acabar com as competições que já existem. Ao contrário, vai reforçar e fortalecer estas provas.  “A grande vantagem é que teremos competições oficiais, campeonatos e taças, com regras e parâmetros pré-definidos. Outra nota é que a liga de futsal estará dentro da Associação Regional de Futebol. Ou seja, o nosso objectivo é que a liga de futsal seja um departamento autônomo dentro da entidade que rege o futebol na ilha”, clarifica o dinamizador da liga de futsal na ilha, que aponta para julho próximo a realização da primeira competição oficial, a Taça de São Vicente de Futsal. 

Para Edy Cruz, que se fez acompanhar de Vera Barbosa, responsável pelo Futsal Feminino, e por Carlos Ribeiro, organizador das competições dinamizadoras da liga, 2022 está a ser um ano de partida e estão a trabalha para, em janeiro ode 2023, possam realizar o primeiro campeonato regional oficial de futsal. 

Optimista, Vera Barbosa acredita que o torneio de futsal feminino, que acontece ainda este mês de março em SV, será basicamente um laboratório para adquirir conhecimento. “Estamos aqui para trabalhar. Infelizmente, as atletas de S. Vicente que jogam futebol de onze, são as mesmas que praticam futebol de praia e futsal.Temos neste momento as equipas do Mindelense, Real Sociedade, Falcões do Norte e Benz Taxi. A nossa ideia é fazer um trabalho conjunto com os clubes e escolas de futebol no sentido de criar atletas exclusivas para o futsal”, informa. 

Esta reconhece que, por conta disso, não se sabe exactamente quantas mulheres praticam o futsal. “São as mesmas que participam em todas as modalidades. São polivalentes. Nesta face, vamos focar nestas que já existem e tentar extrair uma equipa de futsal, mesmo que dentro futebol feminino. Mas, paralelamente, tentar estimular as crianças que estão a iniciar agora a enveredar pelo futsal”, remata 

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