O antigo seleccionador nacional de basquetebol, Emanuel “Mané” Trovoada, acusou o presidente da direção “destituída” da Federação Cabo-verdiana de Basquetebol de ter humilhado e abandonado a selecção no Afrobasket Angola’2025 e submeter a comitiva à fome. Esta informação foram avançada em conferência de imprensa por Mané na cidade da Praia.
O também coordenador técnico da FCBB explicou que a selecção de Cabo Verde foi ao Afrobasket com expetativa de ganhar a Medalha de Ouro, mas a então direção da FCBB, encabeçada por Hélder Gonçalves, destruiu as suas aspirações. Acusou a direção de ter anunciado a quebra do seu vínculo federativo, mas alertou que tem contrato até 2026 e que a federação tem dívidas em atraso, tanto do arrendamento de casa, como do vencimento, situação que promete levar ao Tribunal para ver ressarcido os seus direitos.
“No Afrobasket 2025 passamos fome, ficamos ao abandono em Paris, sem campos para treinar, recorremos a ex-jogadores da seleção para treinamentos porque não tínhamos equipes para treinarmos. Tivemos de ir aos treinos de uber”, relatou Trovoada, que conquistou medalha de bronze para Cabo Verde no Afrobasket Angola’2007 e que fez questão de alertar “a estes dirigentes que o seu nome já faz parte da história de Cabo Verde”, escreve a Agência de Notícias Inforpress.
“Confesso que por Cabo Verde após o Afrobasket decidi não falar. Por Cabo Verde fiquei no meu canto, por silêncio, por respeito que recebi dos meus pais, para não baixar o nome do nosso basquetebol. Agradeço a todos os meus jogadores. Só nós sabemos o que passamos”, confessa. “O meu plano de preparação para a selecção foi recusado pela federação. Tudo começou mal. Desde o estágio em Portugal, a passagem pela França e o regresso a Portugal”, sublinhou, assegurando que nem os jogadores internacionais que tinham acabado de competir nos seus clubes foram respeitados.
“Jogadores que tinham acabado a competição como Edy Tavares, Michael, Vinil, Ivan Almeida e muitos outros privaram das suas férias. Não havia plano da Federação para pós-Rio Maior”, queixou-se ainda Emanuel Trovoada.O antigo selecionador nacional informou ainda que, em Angola, recorreu a empresários amigos e embaixadores que contribuíram com um “djunta-mó” forte para Cabo Verde conseguir 70 por cento dos custos pagos para que a comitiva pudesse ter acesso ao hotel.
Em Maio, Trovoada a sua saída do comando técnico da selecção cabo-verdiana de basquetebol, após a eliminação nos quartos-de-final do Afrobasket2025, diante de Angola. A direção de Hélder Gonçalves tinha sido eleita em Abril à presidência da FCBB, mas no último fim-de-semana foi destituída em assembleia-geral extraordinária, tendo sido eleito José Semedo para assumir a Comissão de Gestão com a promessa de “restaurar a credibilidade da modalidade e preparar a selecção para a qualificação ao Mundial’2027”.
C/Inforpress
