O técnico Bubista enalteceu a postura dos jogadores que defrontaram ontem a equipa do Senegal no jogo dos oitavos-de-final e que terminou com uma vitória da formação adversária por duas bolas a zero, ditando a eliminação de Cabo Verde da CAN. O selecionador fez questão de iniciar uma conferência de imprensa dando os parabéns aos atletas que, diz, defrontaram uma seleção candidata ao título enfrentando várias dificuldades, uma delas terem jogado a maior parte dos noventa minutos com menos dois elementos: Patrick Andrade e Vozinha, expulsos com cartolina vermelha.
“Se depois da primeira expulsão o jogo ficou mais difícil para a nossa equipa, piorou com a segunda expulsão”, considerou Bubista, para quem a partida seria diferente se Cabo Verde continuasse com 11 jogadores em campo. “Com isso não quero dizer que ganharíamos, mas certamente que seria diferente.”
Cabo Verde, segundo Bubista, estava ciente da potencialidade do Senegal e sabia que a equipa de Sádio Mané iria carregar logo no início, o que se verificou. Porém, diz, aos poucos os “Tubarões-Azuis” começaram a equilibrar a disputa. Só que as contas ficaram complicadas com a expulsão de Patrick aos 20 minutos do primeiro tempo.
Segundo o treinador, os seus jogadores foram unânimes em dizer que Ryan Mendes sofreu falta no lance do primeiro golo do Senegal. Um golo validado pelo juiz argelino após consultar o vídeo-jogo. E, por falar do VAR, Bubista é da opinião que o recurso às imagens às vezes penaliza demasiadamente os jogadores. “Basta um pé em cima de outro e sai um cartão vermelho”, ilustra.
Pedido para comentar a arbitragem, que foi bastante criticada pelos adeptos cabo-verdianos, Bubista preferiu evitar entrar nessa discussão e deixar essa tarefa para os outros e os jornalistas. No entanto, para ele, o jogo foi um pouco injusto para Cabo Verde, não devido a arbitragem, mas pelo facto de a equipa ter jogado uma partida desse calibre, e perante um adversário do peso do Senegal, com menos dois jogadores.
Bubista deixou claro que Cabo Verde não alcançou os objectivos traçados para a CAN. Lembrou que a seleção foi fustigada por uma série de contratempos desde o estágio até o último jogo. Problemas relacionados com a pandemia da Covid-19, que se instalou no seio da comitiva, e depois com o surto de gastroenterite provocado por uma intoxicação alimentar, que atingiu 18 elementos da delegação, 14 dos quais jogadores. Por tudo isso, Bubista é de opinião que os “Tubarões-Azuis” foram guerreiros e souberam dignificar a bandeira de Cabo Verde na CAN, prova esta que ele tem vontade de voltar a disputar.