Campeões paralímpicos magoados por não serem recebidos na CMSV

A ilha de São Vicente venceu o oitavo campeonato nacional de desporto paralímpico (CANADEP 2018) que aconteceu na cidade da Praia, tendo conquistado 19 medalhas, sendo sete de ouro, nove de prata e três de bronze. Apesar desta performance, a comitiva mindelense nunca foi recebida na Câmara de São Vicente para tristeza dos atletas, que dizem estar magoados com a atitude do edil Augusto Neves, que acusam de exclusão. O treinador Alcindo Lopes vai ainda mais longe e justifica este desdém pelo facto da CMSV ter prometido apoio e depois recuado.

Segundo Lopes, os atletas paralímpicos de São Vicente foram representar esta ilha numa prova nacional e venceram por larga margem. Aliás, para se ter uma ideia, o segundo classificado levou para casa apenas oito medalhas, contra as 19 mais duas taças da comitiva mindelense.

“Desde que regressamos, em Dezembro do ano passado, temos feito diligência no sentido dos atletas serem recebidos na Câmara para mostrarem os seus trofeus e medalhas. Fiquei satisfeito por ver que o Cantareira, que venceu o sub-17 foi recebido. E, mais recentemente, os campeões nacionais de futebol, o Mindelense. Por isso, não entendemos porque não recebemos o mesmo tratamento. Somos campeões nacionais”, lamenta.

Instado sobre as razões porque não conseguiram, até agora, uma audiência com o autarca Augusto Neves, Alcindo Lopes acredita este deve estar com vergonha de enfrentar os atletas. “Por altura da nossa deslocação, solicitamos apoio à CMSV para custear a viagem. Éramos uma comitiva formada por 15 pessoas, entre atletas e treinadores. O presidente garantiu-nos que a Câmara suportaria pelo menos 50% dos custos. Endividamos, confiante neste apoio, que nunca se concretizou. Mesmo enfrentando enormes dificuldades, regressamos vencedores. Penso que agora devem estar com vergonha de nos receber na Câmara”, acrescenta.

A verdade é que os atletas estão magoados com esta aparente indiferença do presidente da Câmara Municipal de São Vicente. São na sua maioria deficientes visuais, mas há no grupo também pessoas portadoras de outras deficiências. Entendem que, apesar da propalada inclusão, estão a ser propositadamente excluídos, “Somos vítimas de discriminação”, dizem.

Constânça de Pina

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