A equipa feminina do Atlético revalidou este domingo o título regional de S. Vicente ao bater a formação da Académica do Mindelo por 3 a 0 na fase final dos play-off de andebol feminino. Conseguida mais esta proeza, que confirma a hegemonia do ACM em S. Vicente, a direção do clube está agora a fazer as contas para saber se poderá arcar com as despesas associadas à participação no nacional tanto do plantel feminino como do masculino, que também se sagrou campeão regional.
O problema, segundo o técnico Aquilino Fortes, tem a ver com o sistema que a Federação Cabo-verdiana de Andebol continua a aplicar, isto é, obrigando as equipas campeãs a assumirem os encargos com a alimentação dos atletas e equipa técnica durante os dias da prova. Isto, além de serem obrigados a viajar de barco, com todos os inconvenientes associados, como desgaste físico, horas perdidas e o risco de retenção nalguma ilha.
“Este ano, a prova feminina será na Cidade da Praia com a participação de apenas cinco equipas, sendo duas de Santiago Sul, uma de Santiago Norte e as representantes de S. Vicente e de Santo Antão. Ou seja, apenas duas equipas irão deslocar-se para Santiago, pelo que perguntamos à FCA se não pode pelo menos arcar com as despesas de passagens aéreas”, questiona Aquilino Fortes, que pretende discutir esse cenário com a federação.
O técnico aproveita para alertar para o caminho que o andebol feminino está a trilhar em Cabo Verde, com cada vez menos equipas no nacional. “Estamos a correr o risco de não haver nacional no futuro. Esta época não houve competição nas regiões do Sal, S. Nicolau, Boa Vista e Fogo”, enfatiza o técnico, para quem este assunto deve suscitar uma análise do próprio ministério do desporto, assim como as condições em que os clubes são obrigados a competir no nacional, arcando com despesas exageradas e viajando de barco entre as ilhas.
Sobre a disputa do nacional feminino, que acontece de 10 a 18 de julho na Praia, Aquilino Fortes acredita que as meninas do Atlético estarão preparadas para defrontar as adversárias. Apesar de o campeonato de S. Vicente ter sido disputado por apenas 3 equipas, o treinador do ACM realça o nível de competitividade registado nos jogos entre Atlético, Académica do Mindelo e Amarante.
Neste momento, o Atlético está a preparar a sua participação no nacional em duas frentes: masculino e feminino. A par dos treinos, tem de tentar angariar cerca de 500 contos em patrocínios para aguentar as despesas com as duas equipas, respectivamente na Cidade da Praia e na ilha do Sal, palco do nacional masculino agendado também para julho. Um cenário difícil e que pode levar o ACM a cancelar mais uma vez a sua presença no campeonato de Cabo Verde, se não conseguir as condições logísticas e financeiras necessárias.