Académica do Mindelo e Amarante disputam apuramento para a final dos play-off de andebol feminino

A Académica do Mindelo e o Amarante disputam hoje, sábado, o jogo de apuramento para a final dos play-off do campeonato regional de andebol feminino. Quem vencer irá defrontar o Atlético, clube campeão regional de S. Vicente, que conquistou o passaporte para a fase derradeira do regional desde a semana passada.

Para Cátia Brito, técnica da Micá, este é um match decisivo, uma partida a ser encarada como uma final. “Assim sendo, só nos resta jogar para a vitória”, sublinha. Para a treinadora, este campeonato foi um enorme desafio devido a dificuldades associadas aos treinos, mas mostra-se orgulhosa da trajectória da equipa na prova. “Driblamos percalços ao longo da estrada porque terminar um treino às 11 da noite não é fácil, mormente para as mulheres”, revela Cátia Brito, para quem as meninas foram crescendo ao longo do campeonato e agora têm a chance de chegar à final.

A Académica do Mindelo terá pela frente o Amarante, equipa conhecida pela sua agressividade em campo. Apesar da ansiedade associada ao jogo, o técnico Renato Delgado diz encarar o desafio com tranquilidade. Para Nhô Rei, como é conhecido, esta é a segunda oportunidade que a equipa tem de qualificação para a fase final dos play-off e espera agarra-la entre as mãos com força. “Será uma partida para ganhar. Não há outra opção!”, exclama o técnico, que tem todo o plantel disponível e focado.

Campeã regional, a equipa do Atlético está preparada para encarar a sua adversária, seja ela a Micá ou o Amarante. Segundo o técnico Sté, o plantel tem estado a trabalhar diariamente para renovar o título. “Vamos entrar forte em todas as partidas, jogar para ganhar”, assegura Stefan “Sté” Monteiro. Para ele, o primeiro objectivo é S. Vicente, depois traçar o próximo, que pode ser o nacional.

Esta época, e como já aconteceu antes, o regional de S. Vicente é disputado por apenas três clubes. Esta situação, na perspectiva dos citados técnicos, é um sinal vermelho para uma ilha com tamanha tradição desportiva.

Caminhada para o abismo

“O andebol feminino está a caminhar para o abismo em S. Vicente. A cada ano mais pessoas vão largando por cansaço, compromissos com os estudos ou familiares e não há uma renovação a acompanhar este ritmo”, alerta Cátia Brito. Isto quando, diz, a situação é inversa noutras regiões desportivas.

Sté admite estar a temer pela próxima época – se haverá campeonato em S. Vicente. É que, no caso da ACM, diz que algumas atletas já estão no fim da carreira, mostram-se desgastadas, com vontade de fazer uma paragem. “Se não pegarmos em iniciativas como a do Handball Power, que tenta dinamizar os jogadores nas escolas, o nosso andebol pode perder o rumo”, adverte. Enfatiza que, se o campeonato sofrer uma paragem será muito mais difícil retomar a competição.

Segundo Renato Delgado, a associação de S. Vicente pretende contrariar a tendência e movimentar os escalões de formação ainda esta época, mas alerta para o facto de essa iniciativa poder ocorrer por altura das férias escolares. A ser assim, acha que o número de participantes nessa prova pode diminuir.

Apesar deste quadro desolador, diz Cátia Brito, S. Vicente tem estado muito bem nas competições nacionais. E acha que a ilha pode voltar a fazer boa prestação este ano.

Na perspectiva de Renato Delgado, S. Vicente não irá fragilizada para o nacional feminino. Isto porque, salienta, a prova regional tem sido disputada entre 3 equipas equilibradas. “Cada jogo é como uma final”, considera. Este equilíbrio competitivo, segundo este treinador, é espelhado nos resultados dos jogos disputados, com vitórias e derrotas entre as equipas, ou seja, sem uma supremacia.

Este sábado, a equipa feminina do Atlético saberá quem será a sua adversária na fase final do regional de S. Vicente.

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