Dias depois de as autoridades dos Estados Unidos terem publicado um estudo no qual afirmam que o vírus da Covid-19 foi criado por cientistas chineses em Wuhan, dois especialistas norte-americanos publicaram um ensaio no The Wall Street Journal no qual asseguram que o genoma do coronavírus mostra que saiu de um laboratório.
“Um vírus simplesmente não consegue apanhar uma sequência de outro vírus se essa sequência não estiver presente em nenhum outro vírus”, escrevem os médicos Stephen Quay, CEO da empresa biofarmacêutica Atossa Therapeutics, e Richard Muller, professor de física da Universidade de Berkeley, na Califórnia.
“A combinação CGG-CGG nunca foi encontrada naturalmente. Isso significa que o método comum do vírus para capturar novas habilidades, chamado de recombinação, não pode ser aplicado aqui”, observam.
Segundo o jormal DN.pt, os serviços de informação norte-americanos estão a levar a cabo uma investigação para apurar a origem da pandemia causada pela infeção por SARS-CoV-2, vírus responsável pela covid-19. Aliás, no final de maio, soube-se que o presidente dos EUA, Joe Biden, pediu aos serviços secretos para “redobrarem os esforços” para tentar explicar a origem do novo coronavírus e exigiu um relatório num prazo de 90 dias.
Sem certezas absolutas quanto à origem da pandemia, segundo a agêcia Reuters, os serviços de informação dos EUA estão a analisar relatórios do laboratório de virologia chinês em Wuhan dando conta de que cientistas estavam gravemente doentes em novembro 2019, um mês antes de serem reportados os primeiros casos de covid-19.
Os EUA afirmam ter, aliás, na sua posse uma “grande quantidade de dados” sobre a origem da pandemia. Segundo o jornal The New York Times, que cita como fontes funcionários dos serviços de informações, vai ser utilizada uma quantidade “extraordinária” de recursos informáticos para analisar se o vírus SARS CoV-2 saiu de forma acidental de um laboratório de Wuhan.
As investigações sugerem que a Administração norte-americana pode não ter esgotado a análise das bases de dados com comunicações chinesas, movimento dos trabalhadores do laboratório e estudo dos padrões sobre o surto da doença na cidade de Wuhan.
No entanto, a China tem rejeitado a hipótese de uma fuga acidental de um laboratório, considerando que o vírus podia estar a circular noutras regiões antes de chegar a Wuhan e que podia ter entrado no país através de alimentos congelados importados ou através do comércio de animais selvagens.
Ao Financial Times, o imunologista norte-americano Anthony Fauci afirmou que continua a acreditar que o vírus responsável pela pandemia foi transmitido aos seres humanos através de animais. O conselheiro da Casa Branca considera que mesmo que os cientistas do laboratório tenham sido infetados pelo SARS-CoV-2, eles podem ter contraído a doença entre a população. Ainda assim, defende que as investigações devem continuar até que uma possibilidade seja dada como provada.
C/ Dn.pt