Três dos 28 presos que ontem testaram positivo para a Covid-19 estão internados no Hospital Baptista de Sousa. Esta informação foi avançada ao Mindelinsite pelo Delegado de Saúde de S. Vicente, Elisio Silva, que afirma que estes apresentam sintomas da doença, enquanto os restantes positivos, mas assintomáticos, foram isolados numa ala especial da Cadeia de Ribeirinha.
Entre os três hospitalizados, dois já tem uma certa idade, de acordo com Elisio Silva, mas sem precisar a data de nascimento. Quanto aos restantes detentos e funcionários, frisa, a Delegacia de Saúde está a fazer testes aleatórios. “Neste momento não sabemos se há funcionários contaminados porque ainda estamos a fazer testes”, pontua.
Silva admite que as autoridades sanitárias só tiveram conhecimento do foco de Covid-19 na cadeia depois da morte do cidadão de nacionalidade sueca. “Formos informados dos sintomas que este tinha e fizemos um teste PCR, cujo resultado foi positivo. Fizemos então uma investigação, que confirmou os 28 casos anunciados ontem pelo Director Nacional da Saúde”, diz, realçando o facto de estarem a aguardar resultado de mais exames laboratoriais.
“Os resultados serão conhecidos dentro de 3 a 4 dias. No entanto, já fizemos a desinfecção daquele estabelecimento prisional. Também criamos uma ala especial para os casos positivos, mas que são assintomáticos, para poderem ficar isolados. Mas quero frisar que adoptamos apenas medidas sanitárias, outras medidas terão de ser adoptadas pelos serviços prisionais”, acrescenta.
Questionado se a DS sabe como o vírus entrou na cadeia, este afirma que é praticamente impossível descobrir a origem porquanto os presos saem para consultas, são levados para o Banco de Urgência do HBS, mas também para fazer transações nos bancos. Lembra ainda que os funcionários vivem na comunidade onde o vírus já está disseminado.
“Qualquer preso ou funcionário pode ter levado o vírus para dentro da cadeia. No entanto, em caso de sintomas, cabe a direcção daquele estabelecimento accionar as autoridades sanitárias porque a cadeia fica fora da nossa área de trabalho”, relata Silva, lembrando que aquele estabelecimento prisional tem regras e um plano de contingência, que foi elaborado em parceria com a Delegacia de Saúde de S. Vicente. “Mesmo assim, só tivemos conhecimento deste surto porque o cidadão sueco faleceu com sintomas condizentes com a Covid, confirmados depois por PCR”.
Silva lamenta, no entanto, que este foco na cadeia tenha surgido numa altura em que os casos comunitários na ilha estavam a baixar.