Covid-19: Doze freiras morreram em um mês num convento nos EUA

Tinham entre 69 e 99 anos e viviam no convento Felician Sisters em Livonia no Michigan. Em apenas um mês – entre 10 de abril e 10 de maio – foram 12 as freiras desta congregação que morreram de covid-19. Das outras 18 que estavam infectadas com o novo coronavírus, uma veio a falecer a 27 de junho, noticia a publicação religiosa Global Sisters Report.

Eram professoras, uma delas era bibliotecária, outra ainda escrevera uma história da congregação com 586 páginas. Outra ainda era a organista do convento e havia ainda uma enfermeira. Num artigo intitulado“Our most tragic time”: Felician sisters bear loss of 13 sisters to covid-19” (ou “A nossa hora mais trágica: irmãs felicianas carregam a perda de 13 irmãs para a covid-19”), o Globaal Sisters Report conta a história das religiosas e do convento que perdeu 13 irmãs para o novo coronavírus.

Antes da pandemia, viviam no convento 65 freiras. Mas quando o vírus chegou “espalhou-se como um fogo”, explicou a irmã Mary Andrew Budinski, a madre superiora do convento. Distribuídas por três andares, um deles dedicado totalmente aos cuidados para a terceira idade, a religiosas foram um alvo fácil para a covid-19.

Tudo terá começado quando duas auxiliares apanharam o novo coronavírus. “Não sabemos quem foi e não queremos saber. Depois chegou às irmãs no segundo andar e espalhou-se de forma incontrolável”, explicam. 

A irmã Mary Luiza Wawrzyniak, 99 anos, foi a primeira a morrer, a 10 de abril. Seguiram-se quatro outras na mesma semana: Celine Marie Lesinski (92 anos), Mary Estelle Printz (95), Thomas Marie Wadowski (73), e Mary Patricia Pyszynski (93).

Mas as mortes não se ficaram por ali, em meados de abril morreram as irmãs Mary Clarence Borkoski, de 83 anos, Rose Mary Wolak, de 86, e Mary Janice Zolkowski, de 86. E no final do mês: Mary Alice Ann Gradowski, de 73, Victoria Marie Indyk, de 69, e Mary Martinez Rozek, de 87. Já em maio foi a vez de Mary Madeleine Dolan, de 82. A última foi Mary Danatha Suchyta, de 98, já a 27 de junho. “Não nos davam números. Só todos os dias vinham dizer: ‘morreu mais uma irmã. Morreu mais uma irmã’. Era muito assustador”, contou a madre superiora

O pior parece ter passado, mas a vida no convento continua limitada. As irmãs não puderam assistir aos funerais. O número de pessoas que podem frequentar a capela ao mesmo tempo é limitado. No refeitório só come uma religiosa em cada mesa e não podem visitar os quartos das outras. “Até me arrepio só de pensar no que aconteceu”, confessa a irmã Budinski. “A dor maior ainda está para vir”, conclui.

Fonte:DN.PT

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