CMSV satisfeita com levantamento da “emergência”: Rodrigo Rendall prevê retoma de obras municipais e da ligação marítima com Santo Antão

O levantamento do Estado de Emergência em S. Vicente pelo Presidente da República foi recebido com agrado pelo edil-substituto da CMSV, para quem a manutenção dessa medida não fazia sentido tendo em conta o quadro epidemiológico actual. Segundo Rodrigo Rendall, foi abordado por Jorge Carlos Fonseca para saber a sua opinião sobre a matéria e obter dados acerca da situação na ilha por causa da doença e manifestou claramente a sua oposição ao prolongamento da emergência. “Eu disse ao Presidente que defendia o fim do Estado de Emergência pelo facto de termos neste momento um único caso positivo confinado para permitir uma retoma gradual das actividades económicas, sendo certo que será preciso continuar com algumas medidas restritivas em vigor”, explica Rodrigo Rendall, para quem a decisão do Presidente da República era a esperada.

Para o Presidente-substituto da Câmara de S. Vicente, a rota marítima entre o Porto Grande e Porto Novo deve ser retomada, já que a ilha das montanhas não registou nenhum caso de contaminação por covid-19. No entanto, Rodrigo Rendall entende que a reabertura dessas e de outras actividades deve levar sempre em conta o risco eminente do surgimento do vírus. Como lembra, o levantamento do Estado de Emergência não significa o desaparecimento milagroso do coronavírus. 

Com a suspensão do Estado de Emergência é esperado o aumento da procura pelos serviços municipais a partir de segunda-feira. Ciente disso, a autarquia, segundo Rendall, já tem em vista medidas para minimizar a possibilidade de contacto e de contágio. Deste modo, os funcionários vão usar equipamentos individuais de protecção e serão aplicadas outras regras no atendimento público. A preocupação será manter o distanciamento social e o reforço das práticas de higiene “As pessoas devem estar cientes de que o sentido da normalidade mudou”, frisa o autarca.

A crise da covid-19, segundo Rodrigo Rendall, afectou grandemente a economia das famílias vulneráveis, que perderam as suas fontes de rendimento. Este lembra que a edilidade cancelou várias actividades, nomeadamente culturais, mas garante que a Câmara de S. Vicente vai retomar o quanto antes algumas obras, como a asfaltagem e requalificação da cidade do Mindelo.

Hoje, o Presidente da República decidiu prolongar o Estado de Emergência por mais 12 dias apenas nas ilhas de Santiago e da Boa Vista, que reúnem 96 por cento das pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Tendo em conta este quadro epidemiológico, e o surgimento de novos casos principalmente na cidade da Praia, Jorge Carlos Fonseca optou por manter esse nível de vigilância, até porque coincide com a posição de autarcas de alguns dos municípios da ilha de Santiago. Além disso, as próprias autoridades sanitárias são a favor da continuação da emergência. O seu levantamento, como enfatizou o PR, poderia representar um risco ainda relevante de aceleração do contágio.

O Estado de Emergência, enfatizou o PR, pode ser reforçado com novas medidas e decorre de 3 a 14 de Maio. Esta decisão é tomada quando Cabo Verde tem neste momento 122 casos acumulados da covid-19, sendo 63 na ilha de Santiago (60 na Cidade da Praia, dois em Tarrafal e um em São Domingos), 56 na Boa Vista e três em São Vicente. Destes, dois foram considerados recuperados na cidade do Mindelo, que mantém apenas uma paciente internada no hospital Baptista de Sousa.

KzB

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