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Brasil cria plástico que inativa o novo coronavírus em minutos

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Maçanetas, botões de elevadores e até ecrãs sensíveis ao toque poderão deixar de transmitir o novo coronavírus devido a um plástico adesivo desenvolvido no Brasil, que pode inativar o SARS-CoV-2 em minutos por contacto. Este é o resultado de um estudo divulgado ontem, que mostra que o o material em causa, feito de polietileno e com micropartículas de prata e sílica (óxido de silício) na sua estrutura, mostrou-se capaz de eliminar 99,84% das partículas do novo vírus após dois minutos de contacto.

Lançado pela Promaflex, especializada na produção desse tipo de películas, o material foi desenvolvido pela companhia Nanox com o apoio do programa de investigação inovadora para pequenas empresas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S.Paulo. As normas técnicas que medem a actividade antiviral em plásticos e outras superfícies não porosas estabelecem que o material deve confirmar essa ação em pelo menos quatro horas. 

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Testes que seguiram a norma ISO 21702:2019, realizados no laboratório de biossegurança de nível três (NB3) do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, mostraram que o material desenvolvido pode eliminar o vírus muito mais rápido. “A película plástica com o aditivo mostrou-se capaz de atingir esse objetivo num tempo bem menor e a ação viricida aumentou com o tempo”, disse Lucio Freitas Junior, investigador do instituto, citado num comunicado divulgado pela FAPESP.

Para o estudo foram utilizadas amostras de materiais com e sem micropartículas de prata e sílica incorporadas na estrutura, que foram mantidas em contacto direto com o SARS-CoV-2 em diferentes intervalos de tempo. Decorridos os prazos estipulados, o novo coronavírus presente nas amostras foi recolhido e colocado em contacto com células Vero – tipo de linhagem celular utilizada em cultivos microbiológicos – para avaliar a capacidade de infeção e multiplicação após exposição no plástico adesivo.

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Os resultados indicaram uma redução de quase 100% nas cópias do SARS-CoV-2 que estiveram em contacto com amostras do plástico adesivo após dois minutos de exposição ao material. “À medida que se adicionam micropartículas de prata e sílica à massa plástica durante a produção, a ação antimicrobiana mantém-se durante toda a vida útil do material”, indicou Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor da Nanox.

A fabricante do plástico com o aditivo recomenda, porém, o seu uso por até três meses, para evitar o desgaste do material por contacto excessivo. A película adesiva é o segundo material plástico com micropartículas de prata e sílica comercializado pela Nanox, que desenvolveu uma máscara reutilizável feita com um plástico e com o aditivo aplicado na sua superfície.

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Micropartículas de prata e sílica também foram aplicadas pela Nanox em tecidos para o desenvolvimento de roupas anti-covid-19. Nos tecidos, as micropartículas de prata e sílica são impregnadas por um processo de imersão, seguido de secagem e fixação, denominado ‘pad-dry-cure’.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 4,3 milhões de casos e 132.006 óbitos), depois dos Estados Unidos.

Fonte: Agências Brasileiras e JN.PT

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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